Papo de Futuro

Os impactos da COP30 para as universidades na Amazônia

02/12/2025 - 08h00

  • Os impactos da COP30 para as universidades na Amazônia

Neste episódio do Papo de Futuro (2/12), a jornalista Ana Raquel Macedo e o consultor legislativo David Carneiro conversam sobre o legado da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP30, para as universidades e a pesquisa na Amazônia. De 10 a 22 de novembro, a conferência reuniu em Belém, no Pará, não apenas chefes de Estado e diplomatas, mas também parlamentares, povos tradicionais, empresários, ambientalistas e pesquisadores.

David Carneiro trouxe o relato de uma entrevista gravada com o reitor da Universidade do Estado do Pará, Clay Chagas. De acordo com o consultor, três mensagens principais podem ser tiradas a partir da realização da COP30 pela primeira vez na Amazônia, a maior floresta tropical do planeta, considerada fundamental para o equilíbrio do clima no planeta.

“A primeira delas é justamente que a Amazônia não é só uma paisagem. A Amazônia, claro, é a floresta, mas também são as pessoas. A Amazônia tem cidades, tem gente com sonhos, projetos. E o desenvolvimento precisa funcionar para essas pessoas. Em segundo lugar, vem a questão do protagonismo. As pessoas na Amazônia, os movimentos sociais, as empresas, os governos, as universidades, elas já têm as suas próprias soluções. Ninguém tem todas as respostas, mas surge da própria Amazônia uma série de soluções que está lá e precisa de apoio, de parceria. E a terceira mensagem que fica é que a gente precisa olhar a Amazônia com outro olhar, tanto o Brasil quanto o mundo, que é justamente esse olhar de parceria, de apoio,” destacou David Carneiro.

Em fala gravada, o reitor da Universidade do Estado do Pará, Clay Chagas, enfatizou a importância da aproximação da pesquisa com os povos tradicionais e indígenas.

“Nosso esforço a partir desse momento, do que cabe à universidade, do que cabe às instituições de ensino, especialmente aqui falando da Uepa, é justamente buscar cada vez mais se aproximar desses povos tradicionais a partir não só de pesquisa, mas a partir também de entrega de produtos relacionados à inovação, a partir da extensão e para isso a gente precisa buscar também financiadores. Se isso de alguma forma a floresta é um grande ativo para o mundo, então é necessário também que as instituições, não só de outros poderes, mas também de fora do país, possam nos ajudar a financiar essa boa política ambiental,” defendeu o reitor.

Um dos projetos em curso na Amazônia – reunindo academia, governo e empresas – é a criação do Vale Bioamazônico, uma iniciativa do Pará para reunir bioeconomia, pesquisa e inovação em gestão sustentável da terra em conexão com o ecossistema tecnológico do Vale do Silício, nos Estados Unidos.

Apresentação – Ana Raquel Macedo

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