Painel Eletrônico

Brasília reflete diversidade e desigualdades do país, destaca deputado Professor Reginaldo Veras

22/04/2025 -

  • Entrevista - Dep. Professor Reginaldo Veras (PV-DF)

Brasília acaba de completar 65 anos. Em 21 de abril de 1960, era inaugurada a capital federal no meio do Planalto Central, como parte de um projeto de Juscelino Kubitschek de interiorização e desenvolvimento do país.

Mas, embora a cidade projetada por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa tenha nascido com o ideal de igualdade, as desigualdades sociais do Brasil dos anos 60 e as de décadas seguintes se impuseram ao planejamento inicial. A avaliação é do deputado Reginaldo Veras (PV-DF), entrevistado do Painel Eletrônico desta terça-feira (22/4).

“À medida que a realidade se impôs e que aquela massa de operários, os candangos, resolveu que não iria voltar para o local de onde que eles vieram - até porque aqui se comia o pão que o diabo amassou no período da construção e se estavam aqui aguentando aquilo é porque o local de onde vieram não tinha uma situação tão boa. E aí o planejamento da cidade foi por água abaixo mesmo antes de sua inauguração,” destaca o deputado.

Professor Reginaldo Veras explica que, já no início, tem-se a Brasília idealizada, do centro, e a Brasília da periferia, com as chamadas cidades satélite para abrigar a massa de operários. Hoje o Distrito Federal está com três milhões de habitantes, com problemas de qualquer outra metrópole brasileira.

Mas a transferência da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília permitiu, de fato, a interiorização e ligação do centro ao restante do país. Professor Reginaldo Veras conta que a região, antes da inauguração de Brasília, era marcada pelo isolamento.

“O JK tinha no seu planejamento fazer a interiorização rápida, o povoamento. Era o uma ideia antiga, já que vinha se concretizando desde a década de 30, a marcha para o Oeste, mas que com a construção de Brasília se intensificou. A integração nacional por meio de rodovias e a interiorização do desenvolvimento que acabou se concretizando com a expansão da fronteira agrícola, com cultivo de soja, gado e hoje com tudo que a gente vê aqui na economia do Centro-Oeste,” diz o parlamentar.

Como a Praça dos Três Poderes, Brasília tem o simbolismo também da democracia, embora tenha vivenciado com o restante do país 21 anos de ditadura civil-militar de 1964 a 1985.

Para Professor Reginaldo Veras, as diferenças e conflitos políticos atuais do Brasil não podem deixar de lado a importância do regime democrático.

“Independentemente de quem esteja no poder, a racionalidade, a lógica democrática e a lógica constitucional (precisam se manter) e isso Brasília sintetiza muito bem, até porque, como a gente costuma dizer, ela é a capital de todos os brasileiros e a composição populacional do Distrito Federal mostra isso. A gente é um pouco de cada coisa,” defendeu.

Apresentação - Ana Raquel Macedo

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