Lula é reeleito, mas quase 1/4 dos eleitores não vota

29/10/2006 - 22:13  

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da coligação PT-PCdoB e PRB, foi eleito para um segundo mandato com mais de 58,1 milhões de votos (60,8% dos votos válidos) contra 37,4 milhões (39,2%) atribuídos ao ex-governador Geraldo Alckmin, da coligação PSDB-PFL. Alckmin recebeu menos votos no segundo turno do que os que recebeu no 1º, quando teve 39,97 milhões. O resultado pode ser explicado pelo alto número de abstenções, que totalizaram 23,8 milhões de eleitores (18,9%). Somado a votos brancos (1,33%) e nulos (4,72%), o total de votos não-contabilizados foi de 25% (1/4 do eleitorado).

Reforma política
Na primeira entrevista após confirmada a sua reeleição, Lula anunciou para o início do mandato a discussão para a reforma política. Segundo ele, o processo eleitoral demonstrou a necessidade de o Brasil contar com partidos fortes.
Lula disse também que pretende fazer um amplo pacto com os governadores eleitos para buscar as reformas que viabilizarão o desenvolvimento do País no padrão dos países mais ricos. Entre os desafios a serem enfrentados junto aos governadores está a consolidação do mercado interno, com a inclusão social, e um maior equilíbrio regional.

Coalizão
O presidente reeleito conclamou os partidos de oposição a sentar para conversar em torno dos interesses do Brasil. "A eleição acabou, agora o adversário é a injustiça social, é preciso ter responsabilidade. Não foi o PT que ganhou, quem ganhou foi a democracia, foi o povo brasileiro", sustentou.
Lula garantiu que vai chamar políticos aliados e oposicionistas para conversar pessoalmente. "O Congresso Nacional tem várias cabeças pensando de forma diferente e isso é bom, porque significa que a nossa democracia é forte. Não haverá veto a ninguém, vou chamar todos para conversar. Quem não quiser conversar vai ter que se explicar", disse.
O presidente reeleito vai tentar estabelecer com o Congresso Nacional, principalmente com as comissões técnicas, formas de dar mais agilidade a decisões, como a ratificação de acordos internacionais.

Política fiscal
Lula reafirmou seu compromisso com a política de responsabilidade fiscal. A política externa também é outro ponto da atual política que deverá ser repetida no segundo mandato. "O Brasil conseguiu ampliar seus parceiros comerciais sem reduzir seu comércio com os Estados Unidos e com a União Européia", defendeu o presidente. Lula afirmou que pretende continuar fortalecendo as alianças do continente com a ampliação dos parceiros do Mercosul, citando nominalmente o Chile e a Venzuela. Sobre a crise com a Bolívia, reafirmou sua crença na negociação e criticou aqueles que defendiam uma posição mais dura do Brasil no episódio da nacionalização do gás boliviano.

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Reportagem - Cid Queiroz
Edição - Patricia Roedel

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