Entenda os casos do mensalão e dos Correios

30/06/2005 - 10:48  

O deputado Roberto Jefferson (RJ), ex-presidente do PTB, afirma que o PT pagava "mesadas" de R$ 30 mil a cerca de 80 deputados do PP e do PL em troca de apoio ao governo. Segundo ele, seu partido recusou o "mensalão", mas aceitou contribuição do PT de R$ 20 milhões para a campanha de 2004, dos quais o PT entregou apenas R$ 4 milhões.
Delúbio Soares, tesoureiro do PT, seria o responsável pelo esquema, ao lado de José Genoino, Sílvio Pereira e Marcelo Sereno, respectivamente presidente, secretário-geral e secretário de comunicação do partido. Todos negam a denúncia do "mensalão" e da contribuição financeira à campanha do PTB.
O publicitário Marcos Valério de Souza, sócio das agências SMP&B e DNA, de Belo Horizonte, seria o responsável pela entrega do dinheiro do "mensalão".
Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Valério, afirmou ter ouvido dizer que malas de dinheiro sacado do Banco Rural e do Banco do Brasil eram trazidas pela tesoureira da SMP&B, Simone Vasconcelos, e pelo próprio Valério para Brasília.

Deputados acusados
Roberto Jefferson citou nominalmente seis deputados como participantes do esquema de distribuição das "mesadas": Sandro Mabel (PL-GO), Valdemar Costa Neto (PL-SP), Pedro Corrêa (PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), Carlos Rodrigues (PL-RJ) e José Janene (PP-PR). Todos negam envolvimento.
A deputada Raquel Teixeira (PSDB-GO) afirma que recebeu de Sandro Mabel proposta de auxílio financeiro para filiar-se ao PL - R$ 1 milhão de "luvas" e "mesada" de R$ 30 mil. O deputado nega ter feito a proposta.

Ministros
Roberto Jefferson diz que a distribuição de dinheiro acabou em janeiro deste ano, depois que ele revelou o esquema ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Antes, ao longo de 2004, ele disse ter revelado o caso a seis ministros: José Dirceu (ex-Casa Civil), Ciro Gomes (Integração Nacional), Miro Teixeira (ex-Comunicações), Walfrido dos Mares Guia (Turismo), Aldo Rebelo (Coordenação Política) e Antonio Palocci (Fazenda). À exceção de Palocci e Dirceu, que era deputado licenciado e voltou à Câmara, todos confirmaram as conversas.

Correios
Roberto Jefferson, por sua vez, é acusado de comandar um esquema de arrecadação de propinas nos Correios - que veio a público com a divulgação de uma fita de vídeo em que o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material da estatal Maurício Marinho recebe R$ 3 mil suspostamente de propina.
O vídeo foi gravado por Joel Santos Filho e João Carlos Mancuso por encomenda do empresário Artur Waschek Neto, dono da empresa Comercial Alvorada de Manufaturados (Comam), interessada em vencer licitações dos Correios. Waschek é sócio de Antônio Velasco, que nega participação na gravação.

Da Redação/WS

(Reprodução autorizada mediante citação da Agência)

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