Cidades e transportes

DF, Rio e São Paulo lideram ranking de controle de armas

15/10/2009 - 19:42  

O Distrito Federal e os estados do Rio de Janeiro e São Paulo são os que mais têm se empenhado no controle de armas no País. O levantamento inédito que traça o desempenho das 27 unidades da Federação no controle de armamentos e munição e no combate ao tráfico ilegal foi divulgado nesta quinta-feira pela Subcomissão de Armas e Munições da Câmara.

O Ranking dos Estados no Controle de Armas é o primeiro estudo do desempenho do poder público nessa área após a aprovação do Estatuto do Desarmamento.

A pesquisa, que levou em conta um universo de 238 mil armas apreendidas no País durante os últimos dez anos, foi realizada pela ONG Viva Rio com o apoio do Ministério da Justiça e recursos do Pronasci. O trabalho revela os tipos de armas apreendidas, os locais e circunstâncias das apreensões, as informações recolhidas sobre elas, a quantidade e especificação do armamento recolhido durante as campanhas de desarmamento voluntário e o número de armas recadastradas na atual campanha.

Política de controle
O deputado Raul Jungmann (PSB-PE), coordenador da subcomissão, defendeu a criação de uma política nacional de controle de armas. "Sem ações concretas de controle não há como reduzir o número de armas no Brasil e a consequente violência provocada pelo acesso fácil do crime organizado a armas e munições", disse.

O deputado também sugeriu a integração entre o governo federal e os governos dos estados para apreensão e armazenamento correto das armas. "Se nós não tivermos essa integração, infelizmente não vamos conseguir reduzir os índices de violência no Brasil, de morte por arma de fogo, que ainda são um dos maiores do mundo", ressaltou.

Descaso
O presidente da ONG Viva Rio e coordenador do projeto, Antônio Rangel, afirmou que este relatório preliminar quer pressionar os estados que pouco têm feito para aperfeiçoar o controle de armamento. Mesmo os primeiros colocados no ranking, segundo Rangel, estão muito longe dos padrões internacionais.

Os estados de Sergipe, Rondônia e Amapá, destacou, não apresentaram nenhum tipo de controle. Para Antônio Rangel, esse descaso demonstra que é preciso mudar a mentalidade do brasileiro de que arma é um objeto qualquer ou que representa mais segurança.

Falta de fiscalização
De acordo com o presidente da Viva Rio, há três fornecedores principais de armas para o crime organizado: lojas de armamentos, empresas de segurança privada e a própria polícia. Nos três casos, Antônio Rangel destacou que a falta de fiscalização adequada é a responsável pelo desvio dos armamentos.

"Você vai a feiras populares e encontra batata, feijão, pólvora e arma sendo vendidos. E, se você não a encontra, é só pedir ao feirante que ele traz uma arma em cinco minutos", exemplificou Rangel. "É esse descontrole que faz com que quem queira praticar um crime tenha a maior facilidade do mundo no Brasil para adquirir arma e munição. É isso que tem que acabar porque essa facilidade é que torna o delito no Brasil mortal", complementou.

O trabalho seguirá até fevereiro de 2010, quando será apresentado o resultado final do levantamento.

Notícias relacionadas:
Relator de CPI quer ações rápidas contra violência no Rio
CCJ aprova tipificação do crime de fabricar arma sem autorização
Deputados defendem ações integradas para segurança no Rio

Reportagem - Karla Alessandra/Rádio Câmara/SR

(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura `Agência Câmara`)

Agência Câmara
Tel. (61) 3216.1851/3216.1852
Fax. (61) 3216.1856
E-mail:agencia@camara.gov.br

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.