Ministro afirma que Brasil pode rever posição sobre bombas cluster

03/12/2008 - 17:17  

O deputado João Almeida (PSDB-BA) - que requereu a audiência - perguntou ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, se o fato de o Brasil não haver assinado o acordo firmado na Irlanda sobre a utilização de bombas cluster (de fragmentação) se deve à posição contrária do Ministério da Defesa.

Em maio deste ano, 109 países assinaram em Dublin um acordo para o banimento da fabricação, compra, armazenamento ou transferência das bombas cluster. Os signatários do acordo comprometeram-se a destruir todos os seus estoques em até oito anos.

Segundo Amorim, o governo ainda está analisando a questão. O ministro disse que o Brasil ficaria mais à vontade se o acordo houvesse sido capitaneado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Mas que nada impede que o Brasil assine o acordo posteriormente.

Tecnologia
O ministro disse que um dos argumentos para o fato de o Brasil não haver subscrito o acordo é a percepção de que se trata de uma ação discriminatória, uma vez que alguns países têm tecnologia mais avançada do que outros, o que lhes permite substituir as bombas cluster por outros tipos de armamentos.

João Almeida lembrou que estas bombas, muitas vezes, são mais perigosas do que as minas terrestres, que já foram proibidas inclusive pelo Brasil.

Segundo o parlamentar, já existe tecnologia para detectar o lugar onde as minas terrestres foram instaladas. Já as bombas cluster espalham-se aleatoriamente, o que impede a prevenção dos danos que podem gerar.

Reportagem - Cristiane Bernardes
Edição – Maristela Sant´Ana

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