Política e Administração Pública

Minas e Energia rejeita proposta para sustar redução nos royalties pagos por hidrelétricas

05/11/2018 - 16:37  

Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre a PEC 333/2017 e suas apensadas. Dep. Joaquim Passarinho (PSD - PA)
Para Joaquim Passarinho, a Aneel apenas aplicou regra prevista em lei

A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados rejeitou proposta que pretendia sustar resolução editada em 2016 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A norma trata do valor dos royalties pagos a estados e municípios devido ao alagamento de terras no entorno de usinas hidrelétricas.

O relator, deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA), recomendou a rejeição do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 718/17, do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PV-SP), e de um apensado. “O órgão regulador, no exercício de suas atribuições legais, tão somente aplicou a regra prevista na legislação pertinente”, disse.

Mudança na legislação
Em seu projeto, Mendes Thame afirmou que a resolução, ao fixar para o ano de 2017 a Tarifa Atualizada de Referência (TAR) em R$ 72,20 por megawatt-hora, chegou a valor inferior ao praticado em 2016, de R$ 93,35 por MWh. Com isso, caiu também o valor dos royalties – a Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (CFURH), que corresponde a 7% da TAR.

Joaquim Passarinho explicou que a redução no valor da TAR foi determinada pela Lei 12.783/13, oriunda da MP do setor elétrico (579/12). Depois disso, a Aneel passou a definir um preço máximo para a energia produzida e comercializada por um conjunto de usinas hidrelétricas cujos contratos de concessão foram renovados por mais 30 anos, reduzindo substancialmente o valor das tarifas.

“Afastar a resolução da Aneel não vai recompor os níveis de arrecadação dos royalties”, afirmou o relator. Ele sugeriu a criação, dentro da Comissão de Minas e Energia, de um grupo parlamentar para viabilizar junto ao Poder Executivo uma nova metodologia de cálculo da CFURH.

Tramitação
A proposta será agora analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para votação no Plenário.

Reportagem – Ralph Machado
Edição – Wilson Silveira

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