Educação, cultura e esportes

Objetivo é levar o cinema a brasileiros da classe C

05/07/2010 - 17:09  

O executivo argumenta que a MP 491/10 propõe, para a área de exibição cinematográfica, uma ação correspondente à progressão social de milhões de brasileiros que nos últimos anos subiram das classes D e E para a classe C.

Segundo os ministros da Cultura, Juca Ferreira, e da Fazenda, Guido Mantega, é viável atingir metas como a inclusão de todos os municípios com mais de cem mil habitantes no circuito de exibição de cinema; a abertura de centenas de salas, inclusive nas periferias das grandes cidades; e o aumento significativo do número de espectadores, especialmente de filmes brasileiros.

Um dos objetivos da MP é expandir a frequência média às salas de cinema, que hoje é de cerca de apenas um terço daquela verificada em 1975, quando o País tinha 3.276 salas de exibição, cerca de 80% delas em cidades do interior. Para a população da época, eram pouco mais de 30 mil habitantes por sala.

A média anual de público atingiu naquele ano 84 mil espectadores por sala. Para manter essa proporção em números atuais, o Brasil precisaria ter hoje cerca de 6,3 mil salas de cinema e entre 240 a 300 milhões de espectadores por ano — quase três vezes mais do que a média atual.

Os ministros lembram que os cinemas passaram a ser concentrados em shopping centers, em complexos que reúnem várias salas, mas com redução significativa no número de assentos.

Distribuição
A distribuição dos filmes, de acordo com o ministro da Cultura, é outro fator que deve ser considerado. A estratégia do distribuidor passou a ser a de lançar filmes simultaneamente em todas as salas, para conseguir lucros mais rápidos.

Segundo ele, muitas salas do interior perdem receita ao não receber os filmes mais rentáveis no fim de semana de lançamento, o que dificulta a sua sobrevivência.

Digitalização
O governo argumenta que a digitalização da projeção cinematográfica é uma possibilidade de mudança significativa, pois parte das despesas de distribuição cairá substancialmente, permitindo a integração de mais salas ao circuito de lançamentos.

Para os filmes brasileiros, a estrutura de distribuição hoje envolve obstáculos importantes, segundo lembram os ministros. "Distante do mais forte e organizado segmento audiovisual, que é a televisão, o cinema brasileiro passou a depender diretamente das estratégias do sistema internacional de distribuição", afirma Juca Ferreira.

Reportagem - Luiz Claudio Pinheiro
Edição – João Pitella Junior

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