Comissão da Mulher debate situação de candidaturas femininas para as próximas eleições
Deputadas temem que partidos recorram da decisão de reservar 30% dos recursos de campanha e do tempo de rádio e TV para candidatas. O debate aconteceu em reunião com mulheres da sociedade civil
05/06/2018 - 19:36
Deputadas da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher alertaram para o risco de a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de reservar no mínimo 30% do fundo especial de financiamento de campanha e do tempo de rádio e TV para candidaturas femininas valer só para as eleições de 2022.

Segundo Zenaide Maia (PHS-RN), alguns partidos estão recorrendo da decisão do TSE. Para as integrantes da comissão, o entendimento deve ser aplicado já neste ano. “O que a gente está querendo não é privilégio. Se as mulheres têm direito a 30% das candidaturas, elas também têm direito a 30% dos recursos para se candidatarem”, declarou a deputada.
Zenaide Maia considerou a reserva de recursos e tempo de rádio e TV um grande avanço “porque a experiência mostrou que só obrigar ter 30% de candidatura para mulheres não estava resolvendo”.
Economia do Cuidado
Durante a reunião, a presidenta da comissão, deputada Ana Perugini (PT-SP), falou sobre o Projeto de Lei 7815/17, de sua autoria, que prevê a inclusão da economia do cuidado no sistema de contas nacionais. O projeto foi aprovado por unanimidade na Comissão da Mulher e aguarda parecer do relator na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público.
O objetivo da proposta, segundo Perugini, é reconhecer a dupla jornada das mulheres no PIB nacional. “Chegamos a trabalhar sete horas e meia por semana a mais que os homens. Isso tem que ser levado em consideração na elaboração e na aplicação das políticas públicas”, justificou.
Café Com Elas
O debate ocorreu em mais uma edição do Café Com Elas, reuniões semanais realizadas pela a Comissão da Mulher para dialogar com movimentos sociais. Nesta terça-feira (5), as convidadas foram representantes da mídia, como editoras de revistas e sites, além da Defensoria Pública da União e das deputadas.
Reportagem - Larissa Galli
Edição - Geórgia Moraes