Saúde

Seminário na Câmara comemora Dia Mundial do Rim

13/03/2014 - 20:10  

Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados
Participantes do III Seminário  Dia Mundial do Rim, Prevenção da Doença Renal Crônica, fazem passeata em direção ao palácio do Planalto para entrega de assiantruas
Participantes do seminário Prevenção da Doença Renal Crônica fizeram passeata em direção ao Palácio do Planalto.

Estima-se que entre 10 milhões e 15 milhões de brasileiros tenham algum grau de comprometimento dos rins, mas aproximadamente 100 mil pessoas já têm doença renal crônica, ou seja, perderam de forma irreversível as funções dos rins e precisam ser ligados a uma máquina para sobreviver.

O envelhecimento da população, a diabetes, a hipertensão e o sobrepeso estão provocando o aumento do número de pessoas com doenças renais a cada ano.

Essas informações foram divulgadas no 3º Seminário "Prevenção da Doença Renal Crônica", realizado nesta quinta-feira (13) na Câmara dos Deputados, para lembrar o Dia Mundial do Rim, 13 de março.

Os rins são os órgãos responsáveis pela filtragem do sangue. Quando eles estão comprometidos, o doente renal crônico precisa se submeter a um transplante ou fazer hemodiálise para sobreviver.

Hemodiálise
Durante a hemodiálise, que substitui a função do rim, o paciente é ligado a uma máquina que filtra artificialmente o sangue, retirando-o e devolvendo-o ao corpo da pessoa. Cada sessão de hemodiálise dura entre quatro a seis horas, e deve ser feita pelo menos três vezes por semana.

Essa rotina faz parte da vida de Alfredo Duarte, morador do Rio de Janeiro e corretor de seguros aposentado. Ele convive com a doença renal há 20 anos. Foi submetido a um transplante de rim há 10 anos e vai ter que passar por outro. Enquanto isso, Alfredo Duarte tem que fazer hemodiálise: "Descobri a doença já em fase terminal. Meus rins já estavam totalmente perdidos.” Duarte atribui o problema a falta de uma política que mostrasse o que precisava ser feito. “Eu era hipertenso, não cuidei da minha hipertensão. Fui negligente comigo mesmo, mas não sabia disso. A maioria das pessoas que são hoje hipertensas não sabem o risco que estão correndo: por hipertensão, podem perder o rim."

Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados
III Seminário – Dia Mundial do Rim, Prevenção da Doença Renal Crônica. Dep. Carmen Zanotto (PPS-SC)
Carmen Zanotto recomenda aprovação do projeto que equipara os doentes renais crônicos às pessoas com deficiência.

Problemas dos pacientes
Durante o seminário realizado na Câmara, as associações que representam os doentes renais crônicos destacaram os problemas por que passam os pacientes. Entre eles, a falta de vagas.

O nefrologista Hélio Vida Cassi, presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante, afirmou que pessoas estão morrendo por falta de acesso ao tratamento. "Deveria haver no Brasil, pela população que temos hoje no País, cerca de 160 a 180 mil pacientes em diálise. Nós temos 100 mil. Onde estão os outros 60 mil? Morreram."

Prevenção
A melhor forma de evitar a doença renal é fazendo a prevenção. Medidas tomadas no dia a dia podem ajudar a combater seu aparecimento: são práticas como controlar a dieta, evitando o excesso de sal, carne vermelha e gorduras, e fazer exercícios físicos regularmente.

Além do controle da diabetes e da hipertensão, existem exames de rotina que podem anunciar problemas nos rins. Um deles é o exame de sangue para medir a dosagem da creatinina.

Para tentar mudar essa realidade, deputados vão cobrar que o Ministério da Saúde adote uma política de prevenção à doença renal. O deputado Jesus Rodrigues (PT-PI), destacou que muitos dos doentes renais poderiam não estar hoje em hemodiálise se tivessem sido tratados preventivamente. Segundo ele, o Brasil consegue fazer transplantes de rins, mas não consegue fazer a prevenção.

Jesus Rodrigues é autor de um projeto (PL 1178/11) que equipara os doentes renais crônicos às pessoas com deficiência. Com isso, terão direito a tratamento especial, principalmente nas áreas de saúde, educação, transporte, e no mercado de trabalho, como cotas para os concursos públicos.

A relatora na Comissão de Seguridade Social e Família, deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), já recomendou a aprovação do projeto.

Reportagem - Renata Tôrres
Edição – Regina Céli Assumpção

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