Comissão aprova incentivo para quem quiser deixar citricultura
Projeto facilita substituição de pomares de frutas cítricas afetados por pragas por culturas de outros alimentos. Plantação não poderá ser substituída pelo cultivo de tabaco, cana-de-açúçar nem por pastagens.
15/12/2009 - 13:17

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural aprovou na quarta-feira (9) o Projeto de Lei 6152/09, do deputado Dr. Nechar (PP-SP), que cria o Programa Nacional de Apoio à Reconversão da Citricultura.
O projeto estabelece medidas de incentivo financeiro e orientação técnica a agricultores familiares e pequenos produtores rurais, para que substituam os pomares de plantas cítricas afetados por pragas ou adversidades climáticas pelo cultivo de outras espécies consideradas de interesse público.
De acordo com a proposta, são de interesse público as espécies que produzam alimentos, óleos passíveis de transformação em biodiesel ou outras que venham a ser identificadas em regulamento. O texto proíbe a substituição das plantas do gênero citrus pelo cultivo de tabaco, cana-de-açúçar ou qualquer espécie destinada à formação de pastagens.
Condições de cultivo
O relator, deputado Jerônimo Reis (DEM-SE), recomendou a aprovação do projeto. A medida, disse, oferecerá ao fruticultor condições de cultivar outra espécie, uma vez que a recuperação de um pomar infectado ou destruído demanda anos de espera.
"O projeto expõe o problema acarretado pela recente chegada ao Brasil da doença conhecida como 'greening' [que afeta plantas cítricas, deixando suas folhas amareladas e causando malformação dos frutos], para a qual inexiste cura ou tratamento. Resta aos citricultores erradicar as plantas afetadas. No entanto, as medidas revelam-se pouco eficazes, sobretudo pelo fato de plantas infectadas permanecerem assintomáticas por vários meses em meio ao pomar", explicou.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Wilson Silveira