Câmara Hoje

Mais de 140 milhões de brasileiros foram às urnas nesse domingo (5/10) e elegeram os 513 deputados. Mas na eleição para a Câmara, nem sempre os mais votados serão eleitos. Isso acontece por causa do chamado quociente eleitoral, que acabou criando a figura dos puxadores de votos. Entenda como essa regra funciona.
A eleição para a Câmara Federal é feita pelo sistema proporcional, em que os partidos lutam para atingir o quociente eleitoral.

Para entender melhor como funciona o quociente eleitoral, vamos tomar como exemplo a eleição para deputado federal realizada no DF: digamos que nessas eleições houve 1,2 milhão de votos válidos para todos os candidatos à Câmara. Como o DF tem direito a 8 vagas, divide-se 1,2 milhão de votos por 8, o que dá 150.000 votos. Assim, a cada 150 mil votos que um partido recebe, ele elege um parlamentar.

Por causa desse quociente, surgiu a figura do puxador de votos. Nestas eleições, por exemplo, tivemos 35 deputados eleitos que receberam votos suficientes para se eleger e ainda ajudar colegas de partido ou coligação.

Celso Russomanno, do PRB paulista, foi o deputado mais votado no Brasil, com 1,5 milhão de votos. Assim, ele ajudou na eleição de mais 7 parlamentares. Um dos beneficiados por esse resultado foi Fausto Pinato, que recebeu apenas 22 mil votos e mesmo assim garantiu uma vaga na Câmara. Já o deputado Mendes Thame, do PSDB de São Paulo, recebeu mais de 106 mil votos, e mesmo assim não conseguiu se reeleger.

Outro caso que chama a atenção é o do deputado Tiririca, do PR. Ele recebeu mais de um milhão de votos para o segundo mandato e novamente foi um puxador de votos. Além de se eleger, Tiririca teve votos suficientes para ajudar a eleger mais dois candidatos da coligação.