04/06/2014
Deputados querem evitar venda de bebidas alcoólicas para adolescentes
A Comissão de Legislação Participativa da Câmara promoveu hoje um seminário para discutir a venda de bebida alcóolica para adolescentes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 4% das mortes no mundo todo são provocadas pelo álcool. Por outro lado, o Brasil é o terceiro maior produtor de cervejas do mundo.
Dados do IBGE divulgados no ano passado mostram que 50% dos brasileiros consomem álcool e outras drogas desde o início da adolescência. 31% dos jovens com 15 anos que foram entrevistados beberam pela primeira vez aos 13 anos. O estudo revelou que os jovens têm acesso fácil à bebida alcóolica em mercados, lojas, bares e supermercados, apesar de ser proibido por lei vender bebida alcoólica a menores de 18 anos. O assunto foi discutido na Câmara por sugestão do Instituto Ficar, que há 5 anos promove palestras para conscientizar os jovens sobre os perigos da bebida alcoólica. O vice-presidente da entidade afirmou que a vontade de testar os próprios limites e a cultura de que beber é aceito na sociedade como algo natural levam muitos jovens ao vício.
O deputado Vanderlei Macris, do PSDB de São Paulo, foi relator de uma comissão especial sobre o alcoolismo. E lembrou que no Brasil são mais de um milhão de pontos de venda de bebida alcoólica. Para ele, a indústria também deve ser chamada à responsabilidade.
Já para o deputado Paulo Pimenta, do PT do Rio Grande do Sul, a publicidade desses produtos precisa ser regulamentada.
O médico Thiago Pianca também participou do debate. Ele trabalha no serviço de psiquiatria da infância e adolescência do Hospital das Clínicas de Porto Alegre e apresentou estudos que mostram que o cérebro do adolescente ainda não está completamente formado. Por isso, o álcool provoca maior dependência nessa faixa etária. Quanto mais cedo o consumo de álcool, pior.