27/03/2012
Expressão Nacional analisa a discussão sobre a bioética (bl.1)
Penicilina, radiografia, transplante de órgãos; a lista de descobertas da Medicina é enorme. A cada passo dado, a ciência parece fazer milagre e o que antes era uma doença letal ou incapacitante, pode se tornar apenas um transtorno passageiro na vida de uma pessoa. Atualmente, as atenções se voltam para as células-tronco, com promessas de cura para incontáveis doenças, que vão de paralisia provocada por lesão na medula a síndromes genéticas raras. Mas nenhuma pesquisa científica de grande porte aparece sem gerar alguma polêmica, e a principal questão levantada nesse caso, como em muitos outros, é a bioética.
Até que ponto a pesquisa científica pode fazer experiências com seres vivos, sejam humanos ou outros animais? Recentemente, em fevereiro de 2012, nasceu o primeiro bebê brasileiro selecionado para doar células-tronco para sua irmã, portadora de doença rara. O bebê é saudável e, com a sua ajuda, a irmã terá 90% de chances de cura. Entretanto, para isso ter acontecido, vários embriões foram gerados e sacrificados por não corresponder às características genéticas necessárias.
Um embrião humano, em seus primeiros estágios de formação, deve ser considerado um ser vivo? Qual a diferença entre um embrião gerado para seleção genética e outro gerado naturalmente na barriga da mãe? Esse debate não deveria então incluir a legalização ou não do aborto? Até que ponto a Ciência pode avançar, e até que ponto o Estado deve intervir?