Palavra Aberta

Os defensores do financiamento público das campanhas políticas levantam três argumentos a favor. Primeiro: permitiria um controle maior da corrupção eleitoral, porque os políticos teriam menos motivos para legislar em favor dos grupos privados, financiadores de suas campanhas. Segundo: a distribuição mais equânime de recursos públicos entre os candidatos tornaria as corridas eleitorais mais democráticas, pela redução dos abusos do poder econômico. E terceiro: as campanhas seriam mais baratas, portanto o impacto financeiro seria menor. E não haveria nem como os candidatos gastarem demais, até porque uma campanha ostentatória daria na vista. Mas o que pensam os partidos políticos a respeito do financiamento público das campanhas? Na série especial do Palavra Aberta, Eleições 2006, que a TV Câmara preparou sobre a reforma política, os presidentes de partidos políticos com bancadas no Congresso Nacional ou seus representantes manifestam suas opiniões. A maioria é favorável. Mas muitos lembram que o financiamento público só teria chances de dar certo se viesse acompanhado de outras medidas, como o voto em listas pré-ordenadas e a fidelidade partidária. Alguns sustentam até que o financiamento público... já existe. Segundo eles, as doações dos empresários terminam elevando os preços dos produtos. E quem paga essa conta é o cidadão. Sem falar no horário eleitoral, que de gratuito não tem nada, porque exige gastos expressivos dos candidatos. E as emissoras abatem no imposto de renda o que faturariam em publicidade.