Ponto de Vista

A questão racial sempre foi central no debate sobre as ações afirmativas no Brasil. A Universidade de Brasília (UnB) foi pioneira na implementação das cotas raciais entre as universidades federais. Além da UnB, no início dos anos 2000, outras universidades estaduais, como as do Rio de Janeiro, Bahia e Mato Grosso do Sul, também implementaram políticas de ações reparadoras para aumentar o número de negros no ensino superior.

No entanto, foi somente em 2012 que a Lei de Cotas raciais foi implementada no ensino superior e técnico. Em 2014, a lei para cotas no serviço público entrou em vigor, em um país onde 55% da população é negra, preta ou parda. A política de cotas étnico raciais tem sido fundamental no combate ao racismo estrutural e na inclusão de pessoas negras em carreiras e setores onde os profissionais eram majoritariamente brancos.

Nesta edição do Ponto de Vista, exploramos os impactos das cotas no sistema educacional e no serviço público, os desafios enfrentados e a importância de uma discussão aprofundada sobre o racismo institucional. Para isso, recebemos a cientista política, Vanessa Machado.  Ela é doutoranda e mestre em Sociologia pela Universidade de Brasília, diretora substituta de Ações Afirmativas no Ministério da Igualdade Racial e autora do livro Lei de Cotas no Ensino Superior e Racismo Institucional