05/07/2022 18:58 - Administração Pública
Radioagência
Ministros minimizam corrupção no MEC antes de encerradas as investigações
MINISTROS MINIMIZAM CORRUPÇÃO NO MEC ANTES DE ENCERRADAS AS INVESTIGAÇÕES SOBRE CASOS RECENTES. A REPÓRTER NOELI NOBRE ACOMPANHOU.
O ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, e o ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, minimizaram as denúncias de corrupção no Ministério da Educação antes do encerramento de qualquer investigação e da condenação de possíveis culpados. Eles disseram ainda que irregularidades são investigadas por iniciativa da própria pasta, que encaminha denúncias à CGU.
Os dois participaram (nesta terça-feira, 5) de audiência pública das comissões de Educação; e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Um dos assuntos tratados foi a operação Acesso Pago, da Polícia Federal, que investiga esquema de corrupção envolvendo pastores evangélicos e verbas da educação, durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro.
Sobre o tema, Wagner Rosário disse que os indícios de irregularidade foram relatados a ele pelo MEC, e a PF deflagrou a operação.
“A gente só garante que tem corrupção depois que a gente tem a pessoa condenada. Até agora, não temos ninguém da alta cúpula, temos esse caso aí de investigação em cima do ex-ministro, não tem nenhum caso de ninguém envolvido recebendo propina. Isso faz parte de uma atuação do governo, por meio da CGU e de outros órgãos, de investigar os casos”.
Victor Godoy Veiga, que substituiu Milton Ribeiro no cargo de ministro, foi na mesma linha e disse que a postura do governo é de não ser tolerante, mas de colaborar com as investigações.
“Também solicitei que fossem feitos levantamentos de informações no Ministério da Educação e encaminhei isso nos primeiros dias de minha gestão a GCU. Também fiz algumas exonerações de pessoas citadas em investigação”.
Os ministros responderam a perguntas de diversos deputados, que foram enfáticos ao questionar se havia ou não corrupção no MEC. Como o 1º vice-presidente da Comissão de Fiscalização Financeira, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ).
“Existe caso de corrupção no governo federal? Já foi detectado algum caso de corrupção no Ministério da Educação?”
O deputado Pedro Uczai (PT-SC), um dos parlamentares que solicitaram a audiência, cobrou respostas para as investigações.
“A impressão aqui é que somos nós e a impressa que levamos os indícios para a CGU. Ou foi o senhor que levou? Quais os indícios? Senão aqui parece que o servidor recebe uma moto e demitem ele, mas não é crime?”
Durante a audiência, os ministros também prestaram esclarecimentos sobre a tentativa de compra, pelo FNDE, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, de mesas e cadeiras escolares com sobrepreço; e sobre corte de verbas para universidades federais, entre outros assuntos.
O ministro Wagner Rosário, da CGU, esclareceu que não houve compra de mobiliário com sobrepreço, porque uma auditoria foi feita a tempo e a licitação que estava prevista para 4 de fevereiro deste ano foi suspensa.
Sobre o corte de verbas para universidades federais, o ministro Victor Godoy Veiga disse que, pelo contrário, houve aumento 16,6% no orçamento dessas instituições de 2021 para 2022. Porém, o valor ainda está 25% abaixo do orçamento de 2019 para a área, se atualizado pela inflação, segundo dados da Andifes, associação dos reitores de instituições federais de ensino.
Da Rádio Câmara, de Brasília, Noéli Nobre