Radioagência

Um em cada três brasileiros tem hipertensão. Na terceira idade, um entre duas pessoas. E se você pensa que esse problema atinge apenas adultos e idosos, saiba que, entre crianças e adolescentes no Brasil, um entre 20 apresenta quadro de hipertensão. Os dados são do Ministério da Saúde. Segundo a Sociedade de Cardiologia de São Paulo, a doença é responsável, direta ou indiretamente, por metade das mortes por doenças cardiovasculares. São cerca de 200 mil mortes por ano. Quando não é tratada, a hipertensão pode levar à morte súbita, ao AVC, acidente vascular cerebral, infarto, insuficiência cardíaca, doença arterial e doença renal crônica.

Uma proposta em tramitação na Câmara (PL 4008/20) regulamenta ações de telemonitoramento de doenças crônicas na atenção primária à saúde e dá destaque à hipertensão arterial. O chamado telemonitoramento é o atendimento à distância, no caso o acompanhamento da evolução clínica de uma doença já diagnosticada. O médico faz medições dos sinais vitais e outros indicadores para tomar decisões terapêuticas. De acordo com a proposta, apresentada no ano passado, o monitoramento à distância poderia ser feito por um profissional de saúde, sob a responsabilidade técnica de um médico; mas, em casos excepcionais, quando o monitoramento dispensar o conhecimento técnico especializado, o telemonitoramento poderia ser realizado até mesmo por um familiar ou cuidador, com vínculo com médico responsável. Segundo o autor da proposta, deputado Nereu Crispim (PSL-RS), do PSL do Rio Grande do Sul, os casos adequados ao telemonitoramento seriam indicados pela equipe de saúde.

“Com isso, os pacientes poderão ser acompanhados e orientados por profissionais, sem a necessidade de irem a postos de saúde enfrentar filas e muitas vezes falta de médicos, em especial agora com a pandemia. Se o cidadão puder contar com a assistência de um enfermeiro e enfermeira para acompanhar a hipertensão, teremos condições de identificar quando o caso é mais grave e precisa de atendimento médico e quando uma boa orientação basta.”

No âmbito de atendimentos pelo Sistema Único de Saúde, além de casos de hipertensão arterial, o projeto de lei dá prioridade para a realização de telemonitoramento para ocorrências de diabetes, doenças pulmonares crônicas e transtornos mentais. A proposta foi enviada para análise das comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça.

Da Rádio Câmara, de Brasília, Luiz Cláudio Canuto