Radioagência

A representatividade da mulher vem aumentando, ao longo dos anos, mas alguns desafios ainda persistem. Em debate promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, da Câmara dos Deputados (3/12), especialistas destacaram dificuldades de representatividade feminina na política local e nas diferentes esferas do governo.

Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea, as mulheres estão em 43,3% das ocupações formais no setor público e privado. A representante do Ipea, Janine Mello, explicou que, independentemente da inserção, as diferenças de remunerações entre homens e mulheres no setor público federal, estadual e municipal e nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário ainda são um desafio, especialmente, pela prevalência masculina em cargos de chefia.

“Tem diferença de remuneração muito significativa em qualquer uma das instâncias que a gente veja no nível da federação e para qualquer um dos poderes e isso tem uma série de questionamentos. Porque a ideia é assim, se os salários são iguais de entrada, por que as mulheres recebem menos do que os homens? ”

Já a professora da Universidade de Oxford Andreza Aruska criticou a falta de reconhecimento de mulheres nos cargos de poder, principalmente, no debate em torno de questões fundamentais, como saúde e segurança pública.

“Fazer com que essas mulheres se reconheçam nessas posições e que a sociedade em geral comece a mudar a percepção do lugar da mulher que ocupou por tantos anos lugares invisíveis na esfera doméstica. ”

Aruska acredita que a presença de mulheres na política proporcionará um maior diálogo em torno de questões que estejam relacionadas às pautas femininas.

Autora do pedido para realização da audiência e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, a deputada Luísa Canziani (PTB-PR) reforçou a necessidade de mais mulheres serem ouvidas nesse debate.

A audiência faz parte do projeto "Brasileiras", uma série de palestras destinadas a discutir as questões relativas aos direitos das mulheres.

Da Rádio Câmara, de Brasília, Giovanna Ribeiro.