26/04/2019 11:14 - Saúde
Radioagência
Especialistas cobram solução para falta de medicamentos para hepatite C
Estima-se que no Brasil 657 mil pessoas estejam com hepatite C, mas 520 mil ainda não tiveram a doença identificada. Os dados do Ministério da Saúde foram apresentados em reunião da Comissão de Seguridade Social da Câmara.
Atualmente a hepatite C é a única das hepatites virais que tem cura em 95% dos casos, mesmo assim os pacientes têm tido dificuldade no acesso a esses medicamentos, que são produzidos por empresas multinacionais que detém o monopólio da patente.
Para o representante do grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual da Rede Brasileira de Integração dos Povos, Pedro Villardi, cobrou do governo uma postura firme em relação às empresas que produzem os medicamentos usados para o tratamento da hepatite C.
"Não vai existir erradicação da hepatite C até 2030 se a gente não enfrentar as empresas transnacionais, se não enfrentar os privilégios que as patentes impõem e se gente não reduzir de forma importante os preços desses tratamentos."
A representante do Fórum das ONGS/AIDS do estado de São Paulo, Lucrécia Lopes, afirmou que os pacientes não podem ficar à mercê da ganância da indústria por lucros cada vez maiores.
"Hoje a gente sabe que esses medicamentos foram comprados por um pregão que teve no final do ano passado. Esses medicamentos estão sendo entregues agora por volta do mês de abril termine essa entrega. Porém ainda não é suficiente nós precisamos de mais medicamentos, precisamos trabalhar essa fila."
O representante do Ministério da Saúde, Gerson Ferreira, informou que há um empenho por parte do ministério tanto na identificação quanto na continuidade do tratamento desses pacientes.
"O licenciamento compulsório é uma alternativa que a gente tem que colocar na medida em que a gente tiver desabastecimento, que a gente tiver dificuldades de sustentabilidade do programa. Porque o que a gente precisa ao final e ao cabo a gente precisa ter medicamento em quantidade suficiente e qualidade."
O deputado Alexandre Padilha, do PT de São Paulo, afirmou que a cabe ao Congresso fiscalizar as ações do Poder Executivo para garantir que programas de atendimento à população não sejam descontinuados mesmo com o corte no orçamento.
"Além de garantir o acesso ao tratamento, a gente precisa garantir o acesso à vacina que existe para as hepatites A e B que previne que a pessoa fique com essas doenças. Cuidando da doença e cuidando de potenciais transmissores."
O representante do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, Nereu Henrique, também defendeu que o Brasil recupere seus índices de cobertura vacinal para garantir além do tratamento das hepatites virais a prevenção dessas doenças.








