19/03/2018 13:36 - Direitos Humanos
19/03/2018 13:36 - Direitos Humanos
Nesta quinta-feira (22), uma sessão solene na Câmara vai comemorar o Dia Internacional do Direito à Verdade, sobre graves violações aos direitos humanos e da dignidade das vítimas.
A data comemorativa oficial é 24 de março, sábado, e foi instituída pela ONU em 2010 para relembrar o dia em que foi executado com um tiro no peito o bispo Dom Oscar Romero, em El Salvador.
Dom Oscar Romero foi morto por se opor aos métodos da ditadura e às constantes violações dos direitos humanos naquele país da América Central.
No Brasil, a data será comemorada pela primeira vez este ano, depois da sanção, em janeiro, da lei que inclui a homenagem no calendário oficial (Lei 13.605/2018).
A comemoração foi instituída depois da aprovação de projeto de lei (PL 4903/12) apresentado pela deputada Luiza Erundina, do Psol de São Paulo. Ela anuncia que neste ano a homenagem será estendida à vereadora carioca Marielle Franco, do Psol, assassinada no Rio de Janeiro na semana passada junto com o motorista Anderson Gomes.
Para Luiza Erundina, a sessão solene na Câmara e um ato previsto para sábado na PUC de São Paulo servirão de alerta para a ameaça aos direitos humanos no Brasil:
"São todos eventos importantes e marcantes no atual momento e vamos procurar dar força e sentido a esses eventos no sentido de retomar, com muito mais energia, organização e força, a resistência ao retrocesso e à ameaça concreta aos direitos humanos e, também, riscos graves à democracia e ao estado democrático de Direito no nosso país."
Atuante na defesa de direitos humanos e integrante também do movimento LGBT e negro, Marielle Franco chegou a denunciar, antes de morrer, abusos cometidos por policiais contra jovens da periferia já na vigência da intervenção federal no Rio de Janeiro.
O bispo católico Dom Oscar Romero foi assassinado, em 1980, quando celebrava uma missa na capela do Hospital da Divina Providência, em San Salvador, capital de El Salvador. A execução é atribuída a militares do Esquadrão da Morte de El Salvador, a mando da ditatura que governava o país.
Trinta e oito anos depois, Dom Oscar Romero será reconhecido como santo da Igreja Católica em cerimônia de beatificação prevista para este ano pelo Vaticano.
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