Radioagência

Há 200 anos, em 5 de novembro de 1817, chegava ao Brasil Maria Leopoldina. Nascida em Viena, filha do imperador austríaco Francisco I e de Maria Isabel de Bourbon, e educada em uma das mais poderosas cortes europeias do século XIX, Leopoldina entraria para a história do Brasil como a esposa de D. Pedro I. Mas o papel dela foi além do ambiente doméstico e assumiu destaque no processo de independência do País.

Durante uma viagem de D. Pedro a São Paulo, em 1822, coube a Maria Leopoldina, então princesa regente, presidir a reunião do conselho de estado que votou pela independência. Após o encontro, em carta ao marido, ela escreve a frase que entraria para os livros de história, como lembra o deputado Evandro Gussi, do PV de São Paulo.

"O Brasil, em sua independência, mostra aquilo que Leopoldina tão bem sintetizou 'o pomo está maduro, e se não for colhido, apodrecerá'. A fruta está pronta e a independência brasileira é o sinal de maturidade, um país que, sem cortar os laços que sempre teve com Portugal, percebeu que pode seguir um caminho autônomo, livre e independente, mas sem esquecer as origens."

Gussi coordena a comissão curadora criada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para organizar os eventos em celebração aos 200 anos da Independência do Brasil, em 2022. O bicentenário da chegada de Maria Leopoldina ao Brasil integra as festividades e foi lembrado em sessão solene na Câmara (nesta terça-feira, 7).

Representante da Casa Imperial do Brasil, Dom Gabriel de Orleans e Bragança lembra o papel importante da imperatriz.

"Não podemos esquecer, que antes da Independência, dia 7 de setembro de 1822, foi no dia 2 de setembro de 1822 que Dona Leopoldina, enquanto regente, já declarava a separação das amarras, no sentido em que o Brasil tivesse uma nação independente frente a Portugal."

Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a homenagem à Maria Leopoldina reconhece a importância do papel da imperatriz para a história brasileira.

"Estas homenagens, hoje, prestadas pela Câmara dos Deputados à memória de imperatriz Leopoldina, heroína da Independência e da consolidação nacional, mãe dedicada dos seus filhos e súditos, digna ocupante do trono de que foi um dia Império do Brasil, refletem a leitura adequada e o reconhecimento justo do seu papel com a construção da nação brasileira."

Durante a sessão solene, foram premiados estudantes que participaram de um concurso da Câmara em homenagem à Maria Leopoldina. Os Correios também aproveitaram o momento para lançar um selo comemorativo do bicentenário da chegada de Leopoldina ao país.

Até 12 de novembro, estão em cartaz na Câmara duas exposições: uma fotográfica e outra de objetos e documentos pessoais da imperatriz.