09/03/2017 10:23 - Direitos Humanos
Radioagência
Plenário aprova quatro projetos de interesse da bancada feminina
No Dia Internacional da Mulher, o Plenário da Câmara se dedicou a discutir e votar assuntos de interesse da população feminina. Por acordo entre as lideranças partidárias, 13 projetos tiveram a tramitação acelerada, permitindo que sejam votados diretamente no Plenário. Desses, 4 foram apreciados já nesta quarta-feira e, agora, seguem para o Senado.
Dois tratam de amamentação. Um institui agosto como o mês do aleitamento materno, para conscientizar a população sobre a importância de amamentar os bebês. Outro garante às mães que acabaram de ter bebê orientação e acompanhamento para o aleitamento. O autor da proposta, deputado Diego Garcia (PHS-PR) fala da importância da medida:
'Nós estamos incentivando o leite materno, que é a primeira, a maior e a melhor de todas as vacinas que o recém-nascido pode receber."
Outra proposta aprovada inclui o nome de Zuzu Angel No Livro de Heróis da Pátria. A estilista mineira teve o filho assassinado durante a ditadura militar e usou a moda para protestar. Também acabou sendo vítima do regime de exceção.
Por fim, teve aprovação dos deputados a proibição do uso de algemas em grávidas, na hora da parto e logo depois do nascimento do bebê. A relatora, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) diz que isso é questão de humanidade:
"Não pode ter mãos e braços algemados mesmo que esteja sob guarda policial. É fundamental que a gente transforme essa decisão, que hoje é um decreto, num projeto de lei para que isso de fato vire uma política ampla, geral, que garanta às mulheres o direito de, no momento da maternidade, aquecer e acolher seus filhos."
Tudo foi aprovado por consenso. A maior polêmica aconteceu quando parlamentares repercutiram o discurso do presidente da República Michel Temer sobre a mulher. As palavras de Temer foram criticadas pelo deputado Marco Maia (PT-RS):
"O presidente da República, num momento como este, atribuir à mulher brasileira um papel reduzido na sociedade... Hoje as mulheres ocupam espaços de destaque no mundo e, portanto, não há nenhuma justificativa para dizer que a mulher tem como sua principal responsabilidade cuidar da economia doméstica, indo ao supermercado fazer compras e, ao mesmo tempo, da educação única e exclusiva dos filhos – o que é tarefa e responsabilidade também dos homens."
A crítica foi rebatida pela deputada Shéridan (PSDB-RR):
"Eu também sou dona de casa, assim como sou política, parlamentar, e trabalho em dupla e tripla jornada. Muito me impressiona vossa excelência se reportar a uma condição de inferioridade uma mulher por ela ser dona de casa."
Durante todo o dia o plenário da Câmara foi palco de discursos sobre a realidade das mulheres brasileiras. Entre os dados mais citados estão os salários mais baixos recebidos pelas mulheres e a baixa participação delas na política. Um exemplo está na própria Câmara dos Deputados: dos 513 parlamentares, só 55 são mulheres.








