08/03/2017 16:35 - Trabalho
Radioagência
Meirelles afirma não haver espaço para diferenciar aposentadoria de mulheres
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quarta-feira, na Câmara dos Deputados, que não existe muito espaço para mexer nas regras de transição propostas na reforma da Previdência e nem na questão da igualdade entre homens e mulheres. O ministro tem estado na Câmara desde terça-feira para conversar com as bancadas dos partidos aliados ao governo sobre a reforma.
Meirelles explicou que mudar as regras de transição da reforma pode prejudicar as pessoas mais velhas em benefício das mais novas. Pela proposta, uma transição mais suave seria oferecida aos homens com 50 anos ou mais e mulheres com 45 anos ou mais. Reduzir a idade dos homens para 40 anos, por exemplo, segundo Meirelles, poderá exigir mais tempo de quem tem mais de 50 anos para que a economia de recursos permaneça constante:
"Qualquer transição, você tem aquela ideia de que um foi prejudicado porque é um pouco mais novo do que outro. Só tem uma maneira de todos estarem iguais. É não ter transição. Isto é, todos agora estão na regra nova, portanto aposentam com o mínimo de 65 e ponto. Evidente que isso penaliza muito aqueles que estão muito próximos da aposentadoria."
Questionado sobre a questão da diferenciação de idade entre homens e mulheres, o ministro voltou a dizer que a compensação seria pior. A proposta sugere 65 anos para todos. Meirelles afirmou que, para compensar uma idade de 60 anos para a mulher, por exemplo, o homem teria que se aposentar aos 71 anos ou mais.
Na conversa com a bancada do PSD, Meirelles disse que a reforma não é uma opção, mas uma necessidade. Segundo ele, se as reformas não forem aprovadas, efetivando o equílibrio das contas, só restará ao governo aumentar a dívida pública ou aumentar impostos.
Para o líder do PSD, deputado Marcos Montes (MG), os encontros são importantes para consolidar o apoio à reforma:
"A necessidade da reforma, ela é premente. Acho que isto está claro na cabeça de todos os parlamentares e acredito da sociedade brasileira. A forma de implementar é que nós vamos discutir e chegar a um denominador comum dentro de uma reforma. Às vezes não o ideal, mas o possível que resolva o problema. Também não adianta aprovar uma reforma onde os resultados não surtirão efeitos."
O deputado João Campos (GO), vice-líder do PRB, disse que a bancada preferiu ouvir o ministro a fazer perguntas. Mas contou que foi debatida a questão da mulher e dos trabalhadores rurais:
"A sugestão foi apenas o seguinte. De tentar buscar alternativas para corrigir o déficit da Previdência. Será que apenas a alternativa apresentada pelo governo é viável, é possível? Não existem alternativas? Isso foi colocado como sugestão e como provocação."
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, começou os encontros com os partidos pelo PMDB na terça-feira.