Radioagência

A Câmara dos Deputados é parte importante do roteiro de um programa do governo do Distrito Federal para deficientes. Trata-se do projeto Brasília Tátil, que permite às pessoas com problemas de visão, por exemplo, entrar em contato com os monumentos da capital federal por meio do tato.

Segundo o idealizador do projeto, César Achkar, que é cego, o programa inclui visitação a obras e monumentos, curso para profissionais que atuam com portadores de deficiência, além de oficina de trabalhos em argila direcionada a crianças. César Achkar falou do papel de destaque da Câmara no programa.

"A Câmara é o local principal que a gente faz essa visitação porque aqui é muito rico. A gente trata de educação patrimonial, educação artística e a questão da deficiência, a questão da diversidade. E nesse eixo da questão patrimonial, esse é um local muito rico, tem muito para falar aqui da história de Brasília, de Lúcio Costa, de Oscar Niemeyer, da capital, de Juscelino. Aqui você tem material suficiente para falar de toda a história de Brasília."

Flávio Luís Silva, presidente da Associação Brasiliense de Deficientes Visuais, lembrou que esta é a terceira edição do Brasília Tátil, que soma mais de 600 crianças atendidas.

"O projeto, na verdade, é feito com escolas inclusivas. Atende alunos que enxergam e pessoas com outras deficiências, não só a deficiência visual. Está acontecendo um minicurso com professores e pessoas que trabalham em monumentos, galerias de arte para que eles possam vivenciar o que nós, deficientes visuais, sentimos ao tocar uma obra."

Mônica Aviani trabalha com artes visuais e participou da visitação à Câmara e do minicurso.

"A tridimensionalidade é importante para a criança que tem dificuldade de abstração. Eu vim a este minicurso justamente para agregar conhecimentos. E ele me traz mais essa opção aí no sentido de fortalecer que a tridimensionalidade traz o conhecimento e ela traz a vivência. Então, não é só o desenho. É tocar, é construir com as mãos, fora o lápis, fora a tinta, fora tudo isso."

Segundo os idealizadores, a previsão é fazer uma nova versão do Brasília Tátil no próximo ano.