Radioagência

Em debate na Comissão de Legislação Participativa, nesta quinta-feira, dia 16, terapeutas ocupacionais destacaram a importância da profissão para oferecer mais autonomia e qualidade de vida às pessoas com deficiência.

Eles também criticaram a ausência dos terapeutas em políticas públicas de municípios, estados e União e os pouquíssimos cursos superiores da área.

Essa constatação foi feita pela vice-presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Luziana Maranhão:

"E é isso que os gestores vão dizer? Seu filho tem microcefalia. O que esses pais vão fazer com essas crianças com microcefalia? Conseguem diagnosticar, mas não tem resposta, e não tem garantia de tratamento. Todo mundo sabe que, para a equipe para microcefalia, é fundamental ter um terapeuta ocupacional. Todo gestor sabe disso. Não tem terapeuta ocupacional para o Suas, para o SUS, para o sistema prisional, como exigir? De que cartola vamos retirar terapeutas ocupacionais para esses gestores? Não temos terapeutas ocupacionais no Brasil em canto nenhum. Isso é caótico no Brasil".

Na audiência pública, também participaram representantes dos ministérios da Saúde e da Educação. Representando o Ministério da Educação, Erika Rodrigues de Almeida destacou que a demanda pelos cursos superiores de Terapia Ocupacional é grande, mas, além de criar vagas, é importante valorizar as já existentes, pois, segundo ela, apenas 1/3 das vagas estão sendo utilizadas e apenas 30% das pessoas concluem o curso.

A deputada Érika Kokay (PT-DF), que se solicitou a audiência pública, destacou a importância dos profissionais de terapia ocupacional.

"E construir uma sociedade que seja uma sociedade mais justa e igualitária. Que as pessoas se sintam pertencentes a ela, via de regra lida com pessoas que carregam essas marcas: as marcas da exclusão, a marca da discriminação e vão construindo as formas das pessoas ressignificarem as suas vidas. Se sentirem incluídas e construindo novas trajetórias."

Kokay destacou ainda que pretende convidar a Andife, que é a representante oficial das universidades federais na interlocução com o governo federal, para uma audiência pública. O objetivo é articular o atendimento à demanda de novos cursos de terapia ocupacional nas regiões norte e centro-oeste.