01/06/2016 21:44 - Segurança
01/06/2016 21:44 - Segurança
No Brasil, mais pessoas foram mortas em 2012 do que em 40 conflitos armados no mundo. Os dados são do Mapa da Violência 2015, que apontou o País como um dos que mais sofrem com casos de homicídio. De uma lista de 95 países, o Brasil ocupa a sétima posição. O levantamento foi apresentado nesta quarta-feira (1º) durante audiência pública da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados.
O estudo é do sociólogo Julio Jacobo, que mostra ainda que em um universo de 85 países, o Brasil ocupa a terceira posição em relação à taxa de homicídios de jovens entre 15 e 19 anos. São 54,9 mortes a cada 100 mil.
Para Jacobo, o alto índice de mortalidade entre os jovens é um dos dados mais preocupantes.
"Há uma vítima prioritária neste processo, que são os jovens na faixa de 15 a 29 anos de idade, que 60% dos homicídios acontecem neste faixa e é uma faixa que só tem 25% da população."
Segundo ele, neste universo, 93% das vítimas são homens e com baixa escolaridade. Além disso, a arma de fogo foi usada em 81,9% dos homicídios de adolescentes de 16 anos.
Na avaliação do presidente do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública, Jeferson Miller, o problema brasileiro é multicausal. Ele afirma que fatores como evasão escolar, drogas, ocupação desordenada do espaço urbano e acesso a armas de fogos estão entre as principais causas da violência.
"Atacar as causas primárias da violência e da criminalidade, esse é o caminho. Não adianta atuar de modo isolado sobre um aspecto ou outro, ou uma instituição atuar de modo isolado. O que nós entendemos é que o Pacto Nacional pela Redução de Homicídios tem que ser efetivado pela República brasileira porque é algo muito grave o andamento crescente disso."
O deputado Wilson Filho, do PTB da Paraíba, que propôs o debate, considera a deficiência na segurança pública um dos piores problemas enfrentado pelos brasileiros. Para ele, é preciso estabelecer medidas que possam contribuir para um País mais pacificado.
"Eu acho que para tratar de segurança nós temos que tratar de dois pontos inicialmente. É a questão da valorização dos profissionais de segurança e a questão do combate às drogas. Não apenas ao tráfico, mas com a prevenção, a ressocialização, com casas de recuperação de pessoas que caminharam pelo lado errado, mas que querem voltar atrás e caminhar pelo lado certo."
Os dados utilizados no Mapa da Violência estão no Sistema de Informações de Mortalidade da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.
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