Radioagência

O representante da organização sem fins lucrativos Aprove-Diesel e do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (SINDIPEÇAS), Vicente Pimenta, assegurou que o diesel moderno emite 30% menos gás carbônico que a gasolina.

O novo modelo do combustível circula no país desde 2013. A grande vantagem é a diminuição em 99% da quantidade de compostos de enxofre, em relação ao diesel tradicional. O enxofre é altamente agressivo à camada de ozônio. Além do benefício ambiental, os veículos a diesel são muito mais econômicos em relação à gasolina e ao etanol.

O assunto foi discutido durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (2) pela Comissão Especial que analisa o projeto de lei (1013/11) que autoriza a fabricação e venda de veículos utilitários movidos a óleo diesel.

Para Vicente Pimenta, o verdadeiro problema de poluição não está relacionado ao diesel, mas sim aos carros antigos que ainda estão em circulação.

"O que está precisando melhorar, em termos de ar, é tirar os carros velhos. Isso precisa tirar. Os novos, eles poluem uma fração mínima do que poluem os velhos. A gente precisa fazer um programa para pegar carro de 30 anos que tem na rua e tirar. Um carro desses polui mais que 50 carros dos outros."

Representantes de associações pró-biodiesel também se pronunciaram a favor do projeto e pediram aumento do percentual misturado ao diesel comum. Hoje, de acordo com a legislação (13033/2014), é obrigatória a adição de 7% de biodiesel ao óleo diesel comercializado.

Em contrapartida, em 2012, a Organização Mundial da Saúde classificou a fumaça do escapamento de motores a diesel como cancerígena. Mas Vicente Pimenta rebateu a informação ao apresentar novo estudo de especialistas norte-americanos (Health Effects Institute) que não encontraram evidencias de que o diesel moderno cause câncer de pulmão.

Para o diretor presidente da Cooperativa de Taxis da Cidade do Rio de Janeiro (COOTRAMO), Carlos Ribeiro, a medida pode beneficiar a classe no atual momento de crise.

"Os benefícios são inúmeros. A gente vai ter uma manutenção menor do carro. A gente vai ter um rendimento maior, porque se você tirar a receita da despesa você vai ter um ganho melhor. Você vai ter mais rendimento na hora em que você for vender esse carro. Para o mundo de quem trabalha muito com o carro, e não só os taxistas, isso vai ser muito proveitoso."

O presidente da comissão, deputado Expedito Netto, do Solidariedade de Rondônia, avaliou bem o trabalho do grupo.

"Nós demos a oportunidade para todo o país para que os dois lados da moeda pudessem dar suas opiniões. Eu tenho certeza que nós demos os espaços para os dois lados e demos os espaços iguais para que aqui dentro dessa Casa pudesse ser feito, de maneira correta, a democracia que o nosso país briga há tanto tempo."

A comissão especial que analisa projeto que autoriza a fabricação e venda de veículos utilitários movidos a óleo diesel deve apresentar o relatório com o parecer sobre o projeto em até duas semanas.