10/09/2015 17:57 - Meio Ambiente
Radioagência
CPI pede informações a empresa que explora dromedários em praia do RN
A exploração de dromedários visando o turismo nas praias do Rio Grande do Norte foi discutida na CPI que investiga Maus Tratos a Animais. O fato ficou conhecido mundo afora depois que um jovem recolheu 55 mil assinaturas em uma petição online contra o uso dos animais em passeios pelas dunas de Genipabu. Fábio Chaves explica que o objetivo é desencorajar esse tipo de turismo.
"O que eu fiz foi uma petição online para conscientizar as pessoas para não irem lá para esse passeio. Até incentivo, é uma terra linda, mas com esses animais explorados não é um bom passeio turístico."
O governo do Rio Grande do Norte diz nunca ter recebido qualquer denúncia de maus tratos, mas que agora vai ficar atento. Segundo o representante da Secretaria de Recursos Hídricos, Carlos Nobre, foi celebrado um Termo de Ajuste de Conduta, com participação do Ministério Público Federal, entre a empresa que explora os passeios e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente.
"O objeto desse Termo de Ajuste de Conduta é permitir que naquela área de proteção ambiental, Genipabu, os estábulos dos animais fossem realocados e que a empresa responsável pela exploração desse serviço realizasse uma recuperação de área de mangue, equivalente a 3 vezes a área ocupada pelos estábulos, além de realizar um permanente monitoramento dessa área de recuperação."
Em atividade desde 1998, a empresa Dromedunas traz os animais da ilha espanhola de Tenerife ao preço de R$ 50 mil. Atualmente são 19 dromedários que, segundo a sócia da empresa, Cleide Gomes, não sofrem qualquer tipo de maus tratos. Cleide diz que os animais são bem tratados com ração adequada, tomam as vacinas necessárias e têm até plano de saúde.
"O que eu tenho a dizer é que sinto muito, lamento muito pela ausência de informação das pessoas que fizeram a denúncia. Na verdade, uma única pessoa puxou uma lista e as outras foram entrando emocionalmente, caminhando na vibe da pessoa e assinaram, mas muitas nunca foram lá. Então, várias e várias pessoas assinaram sem ir lá. Eu fico triste, eu sinto muito. O prejulgamento hoje é algo inerente ao ser humano, mas é lamentável."
Segundo lembrou o presidente da CPI, Ricardo Izar (PSD/SP), o caso dos dromedários do Rio Grande do Norte foi um dos fatores determinantes para a abertura da CPI dos Maus Tratos dos Animais. Ele destaca que a ideia é investigar também casos de tráfico de animais silvestres, atropelamentos nas estradas e animais exóticos abandonados por circos.
"É importante que a CPI amplie o leque e não fique só em cão e gato, que é o que todo mundo discute mais porque tem em casa."
De acordo com o relator da CPI, deputado Ricardo Tripoli (PSDB/SP), a empresa vai enviar à comissão documentos para comprovar a regularidade da importação dos animais. Os próximos passos da comissão incluem, por exemplo, investigações sobre um urso polar importado para ficar em um aquário no Brasil e o caso dos botos usados como isca na Amazônia. Tripoli avalia que o relatório final deverá ser votado em cerca de dois meses.