21/08/2015 12:13 - Política
Radioagência
Eduardo Cunha refuta acusações e afirma confiar na Justiça
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, expressou, nesta quinta-feira, por meio de nota à imprensa, que está "absolutamente sereno" e que refuta todas as acusações da denúncia entregue pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal.
No documento, cunha é acusado de participar do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Segundo o procurador-geral, Cunha teria recebido R$ 5 milhões de dólares para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras. Na denúncia, é pedida a condenação de Cunha por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em nota, Cunha afirmou que é inocente e que, agora, sente-se aliviado porque o "assunto" passa para o Poder Judiciário. O presidente afirma que respeita o Ministério Público Federal, como a todas as instituições, mas diz que "não se pode confundir trabalho sério com trabalho de exceção", no caso dele, feito pela PGR.
Segundo o presidente, é estranho que a denúncia tenha sido entregue às vésperas de manifestações vinculadas ao Partido dos Trabalhadores. Cunha também estranha não haver nenhuma denúncia contra membro do PT ou do governo.
Ele disse, ainda, que continuará realizando seu trabalho, na Presidência da Casa, com a mesma lisura e independência. Cunha finaliza elogiando a atuação do STF e dizendo que confia na isenção de seus integrantes para conter, o que ele chama, de "tentativa de injustiça".
O líder do Democratas, deputado Mendonça Filho, recomendou cautela, e disse que não irá fazer pré-julgamentos:
"Não conheço a denúncia, mas acho que dois pontos devem ser respeitados: o direito à ampla defesa que é assegurada a qualquer cidadão, presidente do Congresso ou da Câmara dos Deputados, e o segundo ponto que as investigações devem atuar dentro do princípio da amplitude buscando a verdade".
Deputados de dez partidos políticos, incluindo o próprio PMDB, assinaram documento exigindo a imediata saída de Cunha da Presidência da Câmara.
De acordo com o líder do Psol, deputado Chico Alecar, a situação é insustentável:
"Com a denúncia do Ministério Público, a situação torna-se insustentável para o deputado, que já demonstrou utilizar o poder derivado do cargo para a sua própria defesa."
O documento é assinado por parlamentares do Psol, PSB, PT, PPS, PDT, PMDB, PR, PSC e PROS. Os deputados, no entanto, não souberam precisar quantos parlamentares aderiram ao movimento.
Pauderney Avelino, do Democratas do Amazonas, disse que cunha permanecerá na Presidência:
"Ele está absolutamente tranquilo, aliviado. Rebateu ponto a ponto. E acha que a ação do Ministério Público é mais um capítulo do que vem sendo feito com ele. Ele foi escolhido para ser denunciado, segundo as palavras dele."