03/03/2015 20:35 - Transportes
Radioagência
Caminhoneiros pedem redução de PIS e Cofins sobre diesel e preço mínimo do frete
Representantes do movimento dos caminhoneiros, da Frente Parlamentar Mista dos Transportes e Logística e da Frente da Agricultura se reuniram, nesta terça-feira, para tratar das reivindicações da categoria.
Os caminhoneiros, que promovem paralisações há cerca de duas semanas, querem a edição de uma medida provisória contendo providências como a redução do percentual do último aumento do PIS e Cofins sobre o óleo diesel. Eles deixaram a reunião com a expectativa de conversar com o ministro da secretaria-geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, mas não chegaram a ser recebidos. Segundo Ivar Schmidt, interlocutor dos profissionais que vieram a Brasília, o aumento no preço do combustível inviabiliza a atividade. Ele diz que chegar a uma solução o mais rapidamente possível é vital para o país.
"É importante por conta do prejuízo que está acarretando o movimento. A gente tem noção do que está acontecendo no país."
Os parlamentares reclamaram da posição irredutível do governo em relação ao preço do diesel e defendem iniciativas de pressão, caso as negociações não avancem, conforme destacou o deputado Osmar Terra (PMDB/RS).
"Está na mão dos parlamentares a votação do ajuste fiscal que o governo tanto precisa e que nós entendemos a importância dele. Porém, o governo está manipulando os impostos a seu bel prazer. Não está nos ouvindo. Quando ele aumenta os impostos do óleo diesel, ele está causando um grave dano à economia brasileira, à circulação de riquezas, à agricultura, em todos os níveis. E não nos ouviu para isso. Nós estamos dispostos sim a votar o ajuste fiscal, desde que possamos retirar esse PIS/Cofins do óleo diesel e poder colocar em outra área."
O deputado Valdir Colatto, que foi relator da proposta da Lei dos Caminhoneiros, sancionada nesta segunda-feira, também saiu em defesa dos transportadores e disse que as frentes parlamentares estão empenhadas em ajudar a categoria no diálogo com o governo. Colatto também não descarta pressão na hora de votar matérias de interesse do Planalto.
"Nós estamos discutindo. Ao menos dentro da bancada do PMDB já surgiu a proposta do deputado Osmar Terra que é a gente não votar qualquer ajuste fiscal, antes que seja resolvido este problema. É claro que isso não podemos esperar. O governo tem que decidir fazer um gesto e resolver imediatamente porque este setor não pode esperar porque ele atinge outras áreas que são a alimentação, agricultura etc. e que vai cair na mesa do brasileiro e, com certeza, a inflação vai aumentar."
Outras medidas defendidas pelos caminhoneiros inclui a adoção de uma tabela mínima de frete; abertura de linha de crédito especial para o transportador autônomo de cargas no limite de 50 mil reais, para pagar em 24 meses, com juros de 2,5% ao ano; reserva de mercado de 40% em produtos de propriedade do governo transportados no país; e o perdão de multas e notificações aplicadas durante as paralisações.