19/01/2015 19:09 - Economia
19/01/2015 19:09 - Economia
Com a recente decisão do Governo de suspender os aportes do Tesouro Nacional ao setor elétrico, que chegariam a nove bilhões de reais este ano, a conta de luz do brasileiro pode ter dois reajustes em 2015.
Segundo o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, a perda de subsídios do setor deve fazer com que o preço da energia elétrica no Brasil aumente até 60%, juntando os anos de 2014 e 2015.
Na opinião de Pires, a crise atual começou em 2012, quando o governo, por meio de uma medida provisória, reduziu em torno de 20% as tarifas de energia.
''O problema todo é que lá em 2012, o governo resolveu publicar a Medida Provisória 579, que em janeiro de 2013 virou lei, e a presidente Dilma foi para a televisão, em rede nacional, e anunciou uma redução de tarifas em torno de 18% a 20%. Então, naquele momento, ela deu um sinal ao consumidor de que pode gastar que não vai faltar. Só que todo mundo sabia naquele momento que o cenário era outro. Os reservatórios já estavam com pouca água, o verão daquele ano foi muito quente e o sinal econômico era para as tarifas subirem e não descerem''.
Adriano Pires afirma também que o País só não passou por um racionamento no ano passado por que a economia não cresceu, e aponta o atraso tecnológico e a forma de pensar do governo como fatores determinantes para a crise.
“O Governo abandonou o tempo todo programas de incentivo ao uso eficiente de energia. Na cabeça do Governo, a população entenderia isso como uma espécie de racionamento, o que é uma burrice. Qualquer país desenvolvido do mundo faz isso. Os Estados Unidos, por exemplo, que voltou a crescer, um dos pilares de sua política energética foi esse tipo de investimento. O Brasil no campo da energia elétrica está carente de inovação, a gente tem um setor elétrico velho em si, e velho de ideias e pessoas. Precisamos nos modernizar.''
O vice-presidente da comissão de Minas e Energia da Câmara, deputado Fernando Ferro, do PT de Pernambuco, defende a ampliação da matriz energética brasileira.
“Por isso é importante diversificar a matriz energética e incluir novas fontes de energia, para não ficarmos dependendo apenas de uma fonte de energia, porque isso realmente pode criar problemas, como estamos vendo agora.”
O governo alega que o corte do aporte do Tesouro ao setor elétrico está relacionado ao ajuste das contas públicas, como forma de o país voltar a crescer economicamente.
Use esse formulário para comunicar erros ou fazer sugestões sobre o novo portal da Câmara dos Deputados. Para qualquer outro assunto, utilize o Fale Conosco.
Sua mensagem foi enviada.