01/12/2014 18:36 - Educação
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A Unesco reconheceu a capoeira como patrimônio cultural imaterial da humanidade. A indicação da capoeira foi reconhecida durante a Nona Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda, que se reuniu em Paris, no último dia 26 de novembro.
Atualmente, as rodas de capoeira estão difundidas em 160 países, e, no Brasil, tiveram origem na Bahia, a partir dos escravos africanos que preservaram essa arte de defesa pessoal como uma "dança". A capoeira foi proibida no Brasil de 1890 a 1937, depois foi reconhecida pelo governo de Getúlio Vargas como esporte nacional.
O professor de capoeira na Universidade de Brasília mestre Luiz Renato lembrou que a dança já tinha sido considerada patrimônio imaterial do Brasil em 2008. Para ele, esse reconhecimento por parte da Unesco vai possibilitar que a capoeira tenha mais visibilidade e possa inclusive ser incluída nos currículos escolares.
"Esse reconhecimento pela Unesco é um marco e a capoeira se junta a outras manifestações brasileiras que já alcançaram esse mesma condição, essa mesma legitimidade internacional."
Em 2010 foi criada a Frente Parlamentar em Defesa da Capoeira, que reúne 200 deputados. O atual coordenador da Frente, deputado Acelino Popó, do PRB da Bahia, afirmou que a capoeira sempre foi um movimento de resistência, primeiro dos escravos e hoje usada como mecanismo de inclusão de crianças e jovens em comunidades carentes.
"A capoeira sempre foi uma válvula de escape desde as épocas dos escravos negros que fazia capoeira como uma forma de luta, apresentando ela como uma dança."
A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos, próximos ao chão e muita malícia. O estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, e não são utilizadas acrobacias. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.
O Samba de Roda do Recôncavo Baiano, a Arte Kusiwa- Pintura Corporal dos índios do Amapá, o Frevo de Pernambuco e o Círio de Nazaré do Pará, são os outros bens imateriais brasileiros reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.
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