28/11/2014 13:57 - Ciência e Tecnologia
Radioagência
Hackathon seleciona 19 aplicativos para ajudar vítimas de violência
A edição 2014 da maratona hacker da Câmara dos Deputados - o Hackathon - resultou em 19 aplicativos sobre o tema "Gênero e Cidadania". Desses projetos, dois serão selecionados, até o dia 19 de dezembro, e premiados com passagem e hospedagem para participar de um encontro sobre projetos de democracia digital em Washington, nos Estados Unidos, na sede do Banco Mundial, patrocinador do evento.
Organizado pelo Laboratório Hacker da Câmara e pela Secretaria da Mulher da Casa, o Hackathon reuniu, durante toda a semana, hackers, programadores e inventores de todo o País para criar aplicativos que possam contribuir para reduzir a violência contra a mulher e fortalecer as políticas de gênero. Dos 47 participantes desta edição, 24 foram mulheres - número muito superior ao da primeira edição, em 2013, quando apenas três mulheres participaram do evento.
A servidora da Câmara Raquel Melo, uma das organizadoras do Hackathon, elogiou a qualidade dos projetos. Para ela, foi especialmente importante, para o desenvolvimento dos aplicativos, a interação dos participantes com deputados ligados ao tema e com especialistas da Casa na questão de gênero, como advogados e sociólogos:
“A troca foi muito rica. Eu acredito que todos que saem com uma visão diferente do trabalho do Legislativo, saem com uma visão diferente do que podem fazer, de como protagonizar soluções para auxílio à cidadania. Então eu acredito que o resultado é muito positivo.”
Um dos sites desenvolvidos durante o Hackathon foi o Minha Voz, que visa orientar a mulher sobre o que fazer no caso de violência, com base no seu próprio depoimento. No site, a mulher poderá fazer um teste para entender o tipo de violência que sofreu – se abuso ou exploração sexual, violência física, psicológica ou obstétrica, por exemplo. A partir das respostas das vítimas, o site vai informar como proceder em cada caso. Uma das responsáveis pela proposta, a pesquisadora Salete Farias, do Maranhão, explica a ideia:
“Então a gente quer propiciar isso: dizer para ela o que é que ela pode ter passado e direcionar ela para onde ela tem que pedir ajuda. Então, ela não precisa perder tempo, já que ela está passando por um momento psicológico muito complicado. Então ela vai direto àquela rede de atendimento, sem precisar clicar em vários lugares do site e sair procurando indefinidamente.”
Outro aplicativo desenvolvido foi o Myrthes, que cria uma rede social para troca de informações entre mulheres vítimas de violência e advogados e psicólogos voluntários.
Outro projeto mapeia a aplicação da Lei Maria da Penha (11.340/06) no País. Há ainda um site que agrega dados sobre a prática do aborto no Brasil, além de projetos que reúnem dados sobre a participação das mulheres na Câmara dos Deputados e sobre as propostas delas para fortalecer as políticas de gênero.