25/11/2014 19:19 - Direito e Justiça
25/11/2014 19:19 - Direito e Justiça
O coordenador da Frente Parlamentar Mista pela criação de quatro novos tribunais federais, deputado Amauri Teixeira, do PT da Bahia, vai propor aos deputados das bancadas da Bahia, Paraná, Minas Gerais e Amazonas uma espécie de boicote à análise do projeto de lei (PL 8132/14) que cria 82 cargos de juiz de tribunal regional federal, até que o Supremo Tribunal Federal analise a Ação Direta de Inconstitucionalidade que questiona a emenda constitucional 73. A emenda cria quatro novos tribunais regionais federais nestes estados.
Uma decisão liminar do ministro Joaquim Barbosa, em 2013, foi favorável à ação.
Nesta terça-feira, a frente parlamentar promoveu um ato público em defesa da instalação das novas cortes. Vários deputados e juízes presentes manifestaram sua indignação com o Superior Tribunal de Justiça que, além de enviar o projeto que amplia os tribunais atuais, criou uma comissão para analisar a criação de apenas dois novos tribunais: Amazonas e Minas Gerais. Segundo o deputado Amauri Teixeira, isso seria um desrespeito ao Legislativo, que já se pronunciou por emenda constitucional:
"Nós não vamos aceitar a ampliação do número de desembargadores enquanto não definirmos o novo quadro de tribunais regionais federais. Tá provado que essa estrutura é falida, eles já tentaram de tudo com a estrutura que está aí. A existência de cinco tribunais regionais federais não dá conta da nova realidade federativa brasileira. Não adianta ampliar, tem que descentralizar."
O presidente do Superior Tribunal de Justiça, Francisco Falcão, tem afirmado em entrevistas que a ampliação dos tribunais atuais é uma medida mais eficiente que a criação de novos.
O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil, Antonio César Bochenek, disse que, somente Paraná e Minas Gerais, que não têm tribunais, são responsáveis pelo início de 40 mil processos por ano.
"O Tribunal Regional Federal da 1ª região, ele abarca o Distrito Federal e mais 13 estados. Ou seja, praticamente 80% do território nacional, e realmente há uma distância territorial muito elevada e que demonstra, até por esse critério, a necessidade de descentralização e criação de novos tribunais."
Representantes de entidades comerciais afirmaram que muitas empresas têm aumento de custos ao terem que se deslocar para acompanhar suas defesas judiciais onde existe o tribunal de segunda instância.
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