13/11/2014 21:04 - Comunicação
Radioagência
Integrantes da rede pública de comunicação defendem gestão compartilhada de conteúdo
Integrantes da rede pública de comunicação defenderam gestão compartilhada de conteúdo, atualização na legislação e novas formas de financiamento para emissoras de Rádio e TV, durante o fórum setorial que discutiu o tema "Rede de Comunicação Pública".
O encontro foi uma das etapas do Fórum Brasil de Comunicação Pública, evento promovido pela Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão da Câmara dos Deputados, em parceria com a Secretaria de Comunicação da Casa. O objetivo do encontro é produzir um documento com as demandas para uma política de comunicação pública a ser entregue à presidente reeleita Dilma Rousseff.
Discussões prolongadas foram realizadas quanto ao formato atual da rede de comunicação pública nacional. Alguns debatedores defenderam uma gestão compartilhada de conteúdo, outros, no entanto, disseram que esse modelo poderia prejudicar na construção de uma identidade conceitual, ou seja, emissoras do interior talvez não se identifiquem com o conteúdo nacional veiculado pela emissora central.
Porém, um dos principais temas levantados no fórum setorial foi justamente qual seria a identidade da rede de comunicação pública. Sobre o assunto, Orlando Guilhon, da Associação das Rádios Públicas do Brasil explicou que, atualmente, existem três sistemas de comunicações diferenciados.
"Um é o sistema comercial e privado, que facilmente é compreensível. São empresas privadas que usam a comunicação como negócio e, consequentemente, vendem mensagens de publicidade. Um outro sistema é o chamado sistema estatal. O terceiro campo, que é o que nós representamos, é a comunicação pública. São meios de comunicação que tem como missão o foco no cidadão."
Debatedores alegaram também que atualmente não há uma integração entre os participantes da rede, como, por exemplo, na dificuldade de compartilhar conteúdos de determinada emissora, quando isso envolve direitos autorais.
Entretanto, um dos pontos consensuais foi de que a atual legislação necessita de uma reformulação, principalmente, para possibilitar novas formas de financiamento e se adaptar aos diversos meios de comunicação que integram a rede.
A coordenadora do Canal Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, Márcia Corrêa, foi uma das que defendeu a atualização da legislação vigente.
"Os artigos que tratam de comunicação na Constituição Federal são os únicos que jamais foram regulamentados. Eles [os fóruns] são importantes para a gente avançar nesse debate e, sobretudo, se eles acontecem aqui na sede do poder Legislativo Nacional, onde se constroem as regulamentações, os marcos regulatórios do País."
O Fórum de Comunicação Pública é gratuito e acontece no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados.