13/11/2014 14:28 - Cidades
13/11/2014 14:28 - Cidades
A situação de falta d'água no estado de São Paulo é fruto de tratar com normalidade uma situação que já era crítica no começo do ano de 2014. Essa foi a opinião trazida à Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio pelo Ministério Público e pela Agência Nacional de Águas (ANA).
A reunião, organizada pelo deputado Guilherme Campos (PSD-SP), deveria contar com vários gestores do sistema hídrico paulista, mas todos alegaram outros compromissos para não virem à Câmara. Tanto a secretaria de Recursos Hídricos de São Paulo, quanto as empresas que gerem o sistema, entre elas a Sabesp. Campos criticou a ausência dos técnicos.
"Não existe uma previsão de um regime de chuva acima da média, pelo contrário, a expectativa do regime de chuvas para esse verão é da média para baixo. O nosso nível dos reservatórios está muito abaixo do que se historicamente tinha, muito abaixo do que estava no ano passado. Em cima desse cenário, muito difícil, sombrio, eu diria até catastrófico, saber como é que o estado de são Paulo vai se virar no próximo período de seca com os reservatórios sem condições de atender por todo esse período."
Segundo ele, pelo menos 35 municípios do estado de São Paulo já decretaram o racionamento de água de forma oficial. A cidade de Itu, por exemplo, sofre há quatro meses com a falta d'água.
Para o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu Guillo, foi a persistência em olhar para o futuro de maneira otimista que colocou São Paulo numa situação pior do que deveria.
"Considero uma situação de muita gravidade, alta gravidade, temos tentado reforçar a necessidade de total transparência. Eu penso que mensagens que levam a uma avaliação de que a superação já está dada porque estamos num período de chuvas, ou de que a água existe no reservatório, elas são desmobilizadoras da necessidade de a população reduzir ainda mais o consumo de água."
O volume morto é o volume de água que está estocado em barragens, abaixo do que é usado para abastecimento compensando tempo de chuva com tempos de seca. É como o fundo do poço, que não deveria ser usado. Pelos dados da ANA, o Sistema Cantareira não tem 11% de reserva, como anunciado, ele está com 20% negativo do seu volume.
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