Radioagência

O professor Mauro Porto, da Universidade de Tulane, nos Estados Unidos, defende a aprovação de um novo marco regulatório para a operação de rádios e TVs no Brasil como uma das formas de democratizar a mídia e torná-la mais pluralista. Segundo Porto, a mídia é parte integrante da "maquinaria" da representação política, junto com o Congresso e as instituições participativas.

Mauro Porto fez a abertura, nesta segunda-feira, da V Jornada de Pesquisa e Extensão promovida pelo Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara. A jornada, que vai até esta terça-feira, terá a apresentação de 52 trabalhos e o tema é a Relação entre Parlamento e Mídia no Brasil.

Um novo marco regulatório também é defendido pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação que está colhendo assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular. O objetivo principal é desconcentrar a propriedade dos meios de comunicação. A legislação atual é de 1962.

Mauro Porto, porém, afirma que a agenda também passa por uma atuação mais positiva do Judiciário em relação à liberdade de expressão e pela própria mudança de relacionamento entre jornalistas e políticos:

"Eu acho que tanto os jornalistas devem repensar os seus critérios de noticiabilidade e a forma como cobrem o Parlamento como a própria instituição tem que pensar como trabalhar de forma mais efetiva com os próprios meios jornalísticos. Os dois atores têm a possibilidade de avançar na construção de uma relação mais profícua que permita à cidadania ter acesso ao que acontece dentro do Parlamento"

O professor Mauro Porto afirma que a mídia tem um papel importante na mediação entre representantes e representados. Os estudos feitos até agora, segundo ele, apontam para uma abordagem excessivamente negativa dos temas políticos, para uma ausência de cobertura a respeito do processo legislativo e, principalmente, para a personalização da política. Ou seja, a atenção para determinados políticos em detrimento dos partidos e outras instituições.

Mas o professor acredita que uma boa parte dessa tendência ocorreria por uma diminuição do papel do Legislativo em relação ao Executivo.