10/07/2014 13:41 - Política
10/07/2014 13:41 - Política
A coordenadora da bancada feminina da Câmara, deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), defende a estratégia da acumulação eleitoral para aumentar a presença de mulheres no Congresso. Hoje, mesmo passados quase 17 anos da lei que criou a cota de 30% para o total de candidaturas de mulheres em cada eleição, o total de homens no Parlamento brasileiro é pouco mais de nove vezes superior ao de mulheres.
A acumulação eleitoral seria a disputa sucessiva de eleições para aumentar a quantidade de votos de cada candidata:
"Os homens têm planejamento, os homens saem para vereador, para na próxima se candidatarem a prefeito, para na outra, deputado... as mulheres não têm esse planejamento. Nós pedimos que a bancada toda se empenhasse para dobrar, pelo menos dobrar. Porque aí nós sairíamos de 45 eleitas para quase 100. E ter uma meta: que todas as candidatas que não tivessem chance de se eleger agora se preparassem para realizarem agora a pré-candidatura de vereadora ou prefeita em 2016. Enquanto nós não tivermos claro o caminho que nos leva a essa acumulação eleitoral e se não fizermos a mudança no sistema político eleitoral, nós vamos estar vivendo o pesadelo do 9 a 1, que é muito pior que o 7 a 1."
Jô Moraes também cita a necessidade de aumentar o nível educacional da população, pois esta, segundo ela, seria a explicação para que países como Cuba e Suécia tenham participação feminina superior a 40% em seus parlamentos. Outra luta da bancada feminina é pela lista fechada com alternância de gênero. Ou seja, o eleitor votaria em uma lista de candidatos determinada pelos partidos que seria alternada entre homens e mulheres. Haveria um espaço maior para os mais votados.
De qualquer forma, Jô Moraes acredita que somente a sociedade tem o poder de conseguir uma reforma política desse tipo, exigindo isso do Congresso atual.
Em março, o Congresso Nacional e o Tribunal Superior Eleitoral lançaram uma campanha institucional para estimular a participação feminina nos processos eleitorais. De acordo com a cartilha lançada na época, o Brasil está na posição 156 em representação feminina no Parlamento, entre 188 países. Na comparação com 34 nações das Américas, o Brasil ocupa a 30ª colocação.
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