20/05/2014 22:26 - Saúde
20/05/2014 22:26 - Saúde
Na safra agrícola de 2012 foram pulverizados, aproximadamente, 100 bilhões de litros de agrotóxicos nas lavouras. Este foi um dos dados alarmantes apresentado pelo médico e pesquisador da Universidade Federal do Mato Grosso, Wanderlei Pignati, nesta terça-feira dia 20, em audiência pública da Comissão de Seguridade Social.
No encontro foram debatidos os impactos dos agrotóxicos na saúde humana e os procedimentos adotados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, para o registro desses produtos.
Pignati coordenou o estudo que avaliou os impactos na saúde e no meio ambiente, em razão da utilização de agrotóxicos em cidades do interior do Mato Grosso. Segundo a pesquisa, no município de Lucas do Rio Verde, por exemplo, 100% das amostras de leite materno estavam contaminados com resíduos de agrotóxicos.
"No acúmulo de alguns anos, cinco, dez anos, ele vai impactar na saúde com o aumento da incidência de câncer, vários tipos de câncer, de má formação, distúrbios endócrinos, distúrbios neurológicos, inclusive psiquiátricos, distúrbios cognitivos daqueles que moram do lado de uma plantação, o aluno vai pior na escola em termos de desenvolvimento cognitivo, distúrbios respiratórios agudos."
A deputada Rosane Ferreira (PV-PR), que presidiu a audiência, afirmou que, apesar da força do agronegócio e da bancada ruralista, a comissão está disposta a tomar providências sobre o assunto; "O veneno está na mesa. O veneno está nas nossas moléculas de gordura. Esse é o nosso problema. Agora, não dá para negar a força da parte ruralista desta Casa. Eu estou desde o início dessa legislatura com um projeto que eu reapresentei pedindo que seja inserido nos rótulos dos agrotóxicos um alerta que realmente sensibilize as pessoas em relação ao uso abusivo dos mesmos, que sensibilize todos."
Na Comissão, o representante do Tribunal de Contas da União, Messias Alves Trindade, apresentou o resultado de auditoria que investigou irregularidades nos procedimentos adotados pela Anvisa, na concessão de registros de agrotóxicos. De acordo com Trindade, existe carência de servidores e uma excessiva carga de trabalho direcionada às crescentes atividades de avaliação toxicológica. A gerente geral de toxicologia da Anvisa, Ana Maria Vekic, afirmou que o órgão já está adotando providências para aumentar a fiscalização e o controle dos agrotóxicos no País, como concursos públicos e planos de competência e gestão.
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