29/10/2013 15:06 - Ciência e Tecnologia
Radioagência
Maratona hacker da Câmara dos Deputados entra na sua fase final
Começou nesta terça-feira a fase final da maratona hacker da Câmara dos Deputados. Até a próxima sexta, 50 hackers estarão na Câmara para desenvolver projetos de aplicativos com o objetivo de dar mais transparência ao Legislativo do País.
Os 50 participantes foram escolhidos entre 183 inscritos e, juntos, apresentaram 27 propostas de aplicativos. Entre as sugestões estão um jogo que simula o processo legislativo, um mapa da seca para monitoramento pela Comissão de Meio Ambiente e um programa que permite que qualquer pessoa acompanhe os gastos dos parlamentares individualmente.
Outro aplicativo que está na disputa pretende garantir um formato simples para acompanhamento da atuação da bancada feminina da Câmara. Haydée Svab é uma das hackers que propôs o aplicativo. Única integrante feminina do grupo e uma das únicas três mulheres que participam da maratona hacker, ela relaciona a baixa participação feminina na política e nas áreas tecnológicas.
"Pergunta pra alguém. ´Olha pensa em algum político ou alguém importante na política'. Raramente vai vir à cabeça das pessoas uma mulher. Assim como também na área de tecnologia. Se falar ´pensa em um engenheiro, em um programador´, você pensa no Steve Jobs. Os grandes nomes que vêm à nossa cabeça - seja na área da política, seja na área de tecnologia, ou mesmo nas ciências - a gente dificilmente vai pensar em mulheres "
Até a próxima sexta, Haydée e seus 49 colegas vão trabalhar em um ambiente com mesas, sofás e acesso a dados e à internet da Câmara, inclusive durante as madrugadas. Eles terão quatro dias para elaborar um protótipo dos aplicativos sugeridos. Depois, será mais uma semana para a versão final dos programas.
A comissão julgadora - composta por nove integrantes, sendo sete de fora da Câmara - irá escolher as três melhores propostas. As equipes ganhadoras receberão, cada uma, R$ 5 mil de prêmio com patrocínio do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do TCU.
Único deputado integrante do colegiado que vai escolher os melhores aplicativos, Paulo Pimenta, do PT gaúcho, acredita que a maratona hacker deve aproximar a sociedade dos parlamentares.
"Eu vou procurar - pela minha experiência como presidente da Comissão de Orçamento, da Comissão de Legislação Participativa - identificar iniciativas e mecanismos que possam exatamente cumprir esse papel: aproximar, desmistificar a dificuldade que muitas vezes a sociedade tem em poder conhecer aquilo que nós fazemos. E, a partir desse conhecimento, propor soluções. Elas podem ser na área do processo legislativo, da participação popular, da divulgação das iniciativas, de análise de discursos. Enfim, as possibilidades são infinitas."
A ideia dos organizadores da maratona hacker é que os três aplicativos ganhadores já estejam disponíveis para acesso público no sítio da Câmara até o final de novembro.