05/06/2013 21:32 - Esportes
Radioagência
Olimpíadas: diretor do Ministério do Esporte diz que governo vai investir quase R$ 1 bi
Garantir a entrada do Brasil no ranking dos dez melhores do mundo já nas Olimpíadas de 2016 foi a meta definida pelo Comitê Olímpico Brasileiro enquanto um clube tradicional no esporte olímpico, como o Flamengo, dispensa seus atletas de ponta como forma de continuar mantendo suas escolas de base. Esses dois pontos opostos, apresentados durante audiência pública realizada pela Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, sintetizam o desafio que deve ser enfrentado pelo país.
Como forma de garantir um bom desempenho olímpico e também investir nas escolas de base é preciso definir um plano nacional para o desenvolvimento esportivo.
Ricardo Avellar, diretor de excelência esportiva do Ministério dos Esportes, garantiu que o governo já está definindo o plano nacional, mas que o foco no momento é a organização das Olimpíadas de 2016, que vão acontecer no Rio de Janeiro.
"A intenção do governo federal é que 2016 seja o início. Então, a partir daí, com o plano para fortalecer, dar caminhos, definir papéis de quem é a responsabilidade da base. Porque a base de cada modalidade é diferente - do tiro, são pessoas mais velhas; da ginástica, são crianças -, então é trabalhar isso individualmente. Mas, a visão principal é isso: sem base não tem alto rendimento."
Ricardo Avellar informou que o governo vai investir - além do que já foi previsto no Orçamento – R$ 950 milhões para a organização das Olimpíadas. Desse total, 690 milhões serão investidos em atletas de alto rendimento.
O vice-presidente do Flamengo, Alexandre Póvoa, informou que, quando a nova diretoria assumiu o clube, em janeiro deste ano, encontrou um gasto de R$ 17 milhões por mês e uma dívida de 80 milhões só em impostos. Ele explicou que dispensar os atletas foi uma forma emergencial de sanear as contas, mas assim que o clube puder, vai voltar a financiar os atletas olímpicos.
"A preocupação do Flamengo é que se a gente tiver, em 2016, a nossa média de 10 atletas de novo nas Olimpíadas, ótimo, excelente! A gente vai ficar muito feliz se em 2015, 2016, a gente tiver o clube pronto e as condições para criar 20, 30 [atletas] para 2024, para 2020. Acho que a gente estar com o pensamento além da próxima Olimpíada é muito importante e, por isso, a gente vai brigar."
O deputado Benjamin Maranhão, do PMDB da Paraíba, lamentou que, tão próximo da realização das Olimpíadas, várias cidades - inclusive capitais - não contem com um ginásio adequado para a prática desportiva. Ele lembrou que um plano nacional para o esporte vai depender de uma legislação que deve ser discutida pelo Congresso Nacional.
"O plano nacional visaria não só os resultados de uma Olimpíada que já se aproxima, em 2016. Mas, principalmente, que o país esteja preparado para eventos futuros, e também para que a nossa juventude, as pessoas busquem inspiração no exemplo dos atletas e venham utilizar a prática esportiva como estilo de vida."
Benjamin Maranhão cobrou do governo o descontingenciamento das emendas dos parlamentares como forma de garantir que o esporte seja um direito de todos os brasileiros.