21/03/2013 14:20 - Direitos Humanos
21/03/2013 14:20 - Direitos Humanos
A pesquisa "Parlamento e Racismo na Mídia", apresentada nesta quarta-feira pela Frente Parlamentar pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas, aponta distorções da cobertura da imprensa sobre o tema racismo, como informa o deputado Luiz Alberto, do PT da Bahia.
"A imprensa brasileira não percebe o racismo como um fenômeno social gravíssimo. Há um senso comum de que racismo como uma coisa grave só ocorreu em situações de determinadas sociedades. Vou citar aqui o sistema do Apartheid, da África do Sul, e o fenômeno das décadas de 60, 70 e 80 nos Estados Unidos, da segregação racial."
A pesquisa constatou que os veículos de imprensa tendem a negar a existência de racismo no Brasil, segundo Luiz Alberto, que é o coordenador da frente parlamentar.
"A mídia tende a emitir opinião e disputar opinião, seja através de editoriais ou matérias específicas, o fato é que a abordagem que a mídia dá não é só jornalística, ou seja, dando a notícia, ela disputa a opinião do que seja racismo ou não."
Luiz Alberto, entretanto, reconhece que houve avanços nos últimos anos.
"O lado positivo é que, há 20, 30 anos, a imprensa simplesmente só negava o fenômeno. Hoje ela é obrigada a comentar o fenômeno, mesmo tendo opiniões opostas - vamos dizer assim - às evidências."
A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos, o Inesc, e pela ONG Andi: Comunicação e Direitos. O estudo avaliou 401 matérias jornalísticas que vinculam a questão do racismo ao Parlamento em 45 jornais diários, sendo cinco de abrangência nacional e 40 regionais.
Conforme o estudo, dos 513 deputados federais, somente 43 se reconhecem como negros. Dos 81 senadores, apenas dois são negros. O deputado Luiz Alberto considera esse cenário desolador.
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