29/10/2008 17:15 -
29/10/2008 17:15 -
A reunião da comissão especial da reforma tributária para a leitura do parecer do relator, deputado Sandro Mabel, marcada para as duas da tarde, ainda não foi aberta devido à votação, no Plenário, do projeto de lei que cria o Fundo Soberano. Mas o PSDB já anunciou a intenção de dificultar a realização da reunião. Além disso, caso a reunião tenha início, o partido está disposto a fazer de tudo para obstruir.
De acordo com o deputado Paulo Renato Sousa, do PSDB paulista, os tucanos são contrários à votação da reforma neste momento de crise financeira. Para ele, trata-se de assunto complexo, que tem a ver com economia estabilizada, e não se sabe o tamanho desta crise.
"O País está inseguro, e eu acho que, até que o panorama fique mais claro, não devemos mexer numa coisa tão ampla quanto a reforma tributária. Além disso, acho que o governo, por meio dos partidos da base, está procurando atropelar essa questão e fazer uma votação de afogadilho".
Paulo Renato alega que os deputados conhecem o parecer do relator apenas de uma forma geral e, segundo ele, os problemas costumam estar nos detalhes. Por isso, o PSDB quer adiar ao máximo a votação do parecer para ter tempo de discutir a matéria, segundo Paulo Renato. E já se articula com os demais partidos de oposição. Entretanto, para o relator da proposta, deputado Sandro Mabel, do PR de Goiás, a posição do PSDB é uma obstrução política e não à reforma tributária em si.
"Aproximam-se as eleições para a Presidência da República, e há outras questões políticas que fazem com que um não queira dar o trunfo para outro".
Sandro Mabel comentou a possibilidade de o PSDB estar defendendo a posição dos governadores de seu partido, entre eles o de São Paulo, José Serra; de Minas Gerais, Aécio Neves, e do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, estados que temem perder com a reforma.
"A notícia que eu tive é que o governador Serra é que tem passado essa posição. O governador Aécio tem demonstrado apoio, e a governadora Yeda Crusius, através de seu secretário da Fazenda, tem demonstrado que existe uma disposição de apoio".
Quanto à possibilidade de a reforma tributária ser enterrada mais uma vez, Mabel disse esperar que haja sensibilidade para se deixar a política de lado e pensar no Brasil.
De Brasília, Marise Lugullo
Use esse formulário para comunicar erros ou fazer sugestões sobre o novo portal da Câmara dos Deputados. Para qualquer outro assunto, utilize o Fale Conosco.
Sua mensagem foi enviada.