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Deputado Mário Heringer diz que todos os governos desde 2019 terão de responder, na CPMI, pela fraude no INSS

20/08/2025 - 08h00

  • Entrevista - Dep. Mário Heringer (PDT-MG)

O deputado Mário Heringer (PDT-MG), membro da CPMI do INSS, instalada nesta quarta-feira, falou que o partido dele vai adotar uma posição independente, sem oposição e sem “passar pano” para o governo. “Espero que o governo venha à CPMI para prestar esclarecimentos”, afirmou.

Mário Heringer disse que as fraudes “não começaram ontem” e responsabilizou todos os governos desde 2019. “Não adianta sentar em cima do rabo e dizer que não tem nada a ver com isso. Ocorreu também em governos anteriores. Não caiu do céu”, declara. Heringer diz que, agora, “é fácil agir como um bedel, que sabe tudo”. “Mas não sou um ‘tudólogo’. Eu tenho minhas dúvidas’’, diz.

Sobre o fato de a oposição atribuir o início das fraudes em 2011, no governo Dilma, Heringer declara: ”não tem problema, podemos investigar desde 2011. O importante é descobrir e punir os culpados”.

Heringer diz que todos os ministros responsáveis pela Previdência no período devem ser ouvidos e citou Paulo Guedes, que acumulava economia com Previdência, Onyx Lorenzoni (ex-Casa Civill) e até Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, filiado ao PDT.

Mário Heringer opina que o governo agiu prontamente assim que as fraudes foram comprovadas. Ele também elogiou o trabalho da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União e da Procuradoria-Geral da República que, segundo ele, “fizeram o que tinha de ser feito”. Heringer acredita que a PF fará novas operações e que haverá “muita novidade pela frente”. “Há mais informações do que o que a gente sabe”, falou.

Heringer afirma também que o governo está fazendo o que é possível na devolução do dinheiro fraudado. “Não é uma tarefa simples. É preciso identificar quem foi fraudado. São pessoas simples, muitas vezes sem acesso à internet”, afirma.

Heringer aponta, com principal solução, “não colocar o governo como intermediário em acordos com associações e não fazer este tipo de desconto na folha de pagamentos”. Ele diz que é preciso criar um fluxo dentro do INSS para evitar que “pessoas erradas” sejam colocadas em cargos de direção durante as trocas de ministros.

Heringer acha “quase impossível” evitar a polarização e o uso político da CPMI, realizada no ano anterior de uma eleição presidencial. Ele também acredita que o desgaste do governo será inevitável.

Apresentação - Mauro Ceccherini

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