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O ex-ministro da Educação de Portugal Nuno Crato e outros especialistas participam de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (3), para falar sobre as lições internacionais para o currículo escolar brasileiro. O debate foi solicitado pela deputada Adriana Ventura (Novo-SP).

Em entrevista ao Painel Eletrônico (3), Ventura criticou a forma como o ensino é feito no país. Ela acredita que, neste momento de revisão da Base Nacional Comum Curricular, o Brasil tem a oportunidade de pensar uma escola menos centrada em competências genéricas e mais focada no aprendizado dos alunos, tanto no sistema público quanto no privado.

Para Adriana Ventura, as experiências internacionais podem ajudar nesse diagnóstico.

“Hoje a gente vai ter a presença do ex-ministro de Educação de Portugal, que fez a grande reforma educacional curricular de Portugal, porque eles evoluíram muito. Nós temos a participação de PhDs brasileiros que dão aula no exterior. E eles vão falar como é feito lá, porque, por exemplo, por que nossas crianças não são alfabetizadas na idade certa? Por que que a gente não consegue medir várias coisas que deveríamos estar medindo? Será que os nossos alunos realmente estão aprendendo?,” questionou.

A deputada destacou o baixo desempenho dos brasileiros em avaliações internacionais como o Pisa e o Timss. E disse que a pauta da educação é de diferentes correntes ideológicas.

“A gente precisa fazer uma reflexão séria. E aqui não tem nada a ver com direita, esquerda, polarizado, não tem nada a ver com isso. São fatos e evidências. (...) Então, a gente precisa de evidência técnica para poder falar se a nossa educação avançou um pouquinho, o que, na minha visão, não avançou nada. A gente tem poucos avanços, mas tudo baseado em dados estaduais, exames estaduais, que sinceramente, a gente precisa verificar o currículo,” opinou.

Adriana Ventura também participa na Câmara da comissão especial que analisa o Novo Plano Nacional de Educação, com metas e objetivos para o ensino brasileiro até 2034. Ela entende que os debates estão relacionados e enfatizou que, para além de garantir mais recursos para a educação, é preciso pensar em qualidade.

“O foco tem que se parar de tanto falar em financiamento de educação e trabalhar mais com o aluno, a aprendizagem, a qualidade,” defendeu.

Apresentação - Ana Raquel Macedo