Painel Eletrônico
Implementação da Política Nacional de Leitura e Escrita precisa ser acelerada para país recuperar leitores, avalia deputada
01/07/2025 - 08h00
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Entrevista - Dep. Fernanda Melchionna (PSol-RS)
Mais da metade dos brasileiros não lê livros e, nos últimos quatro anos, houve uma redução de quase 7 milhões de leitores no Brasil, segundo a última edição da pesquisa Retratos da Leitura. Para a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), a recuperação dos leitores no país passa por uma implementação mais rápida das diretrizes colocadas na Política Nacional de Leitura e Escrita (Lei 13.696/18).
O assunto é tema de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (1/7), a pedido da parlamentar.
Em entrevista ao Painel Eletrônico, Melchionna destacou que, embora a política seja lei desde 2018, apenas no fim do ano passado ela foi regulamentada.
“Nesse meio tempo, a gente teve o governo do Temer, que cortou o investimento social. Em 2018 estava acabando o governo e, depois, nós tivemos quatro anos de governo Bolsonaro, que desmontou todas as políticas do livro e da leitura. A gente viu Brasil afora quase 1.000 bibliotecas sendo fechadas enquanto se ampliava os clubes de tiro. Nós tivemos uma política de perseguição permanente ao livro e à leitura, a escritores, a determinadas obras consagradas da literatura brasileira e da literatura mundial por parte de uma tentativa da extrema direita de censura.”
Segundo a deputada, o governo Lula é aliado das pautas educacionais, mas, ainda assim, é necessário cobrar uma implantação mais célere da agenda colocada pela Política Nacional de Leitura e Escrita.
“Uma política do livro e da leitura tem que integrar educação e cultura. Agora, a lei foi regulamentada. Precisa fazer uma integração com estados e municípios e eu acho que é preciso criar metas. Hoje 50% das escolas públicas não têm biblioteca, sobretudo as estaduais, mas as municipais também. E as privadas também. Um plano integrado, ele passa por prever essa biblioteca na escola, passa por construir as bibliotecas comunitárias, por incentivar as bibliotecas públicas, por valorizar os mediadores de leitura. Você tem professores que estão suando a camisa Brasil afora para fazer educação na sala de aula com baixos salários, com péssimas condições de trabalho,” alertou Melchionna.
A audiência pública sobre a Política Nacional de Leitura e Escrita, na Comissão de Educação da Câmara, será realizada a partir de 16h30, com transmissão ao vivo pelo canal da Câmara no Youtube.
Apresentação - Ana Raquel Macedo