Rádio Câmara

O cientista político Carlos Pereira, professor da Fundação Getúlio Vargas, acredita que o processo que culminou na eleição de Arthur Lira (PP-AL) para a Presidência da Câmara e de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para o Senado significa uma vitória da institucionalidade política sobre a agenda antipolítica que foi o mote da eleição do presidente Jair Bolsonaro em 2018. Segundo ele, a busca por uma concertação institucional demonstra um aprendizado que, se de um lado, pode causar estranhamento em sua base central de apoio, pode consolidar uma mudança de patamar nas relações entre os poderes Legislativo e Executivo.

Mas o professor alerta que isso não significa necessariamente que o governo federal terá mais facilidade na condução de suas pautas prioritárias no Congresso Nacional, e antecipa uma dinâmica de mais negociações com o Parlamento, em que as bancadas vão exigir um tratamento condizente com seu peso político e engajamento.

Isso deve acontecer, de acordo com Carlos Pereira, desde a reforma tributária, mesmo com um certo consenso entre as forças políticas de centro e direita em torno do controle das contas públicas e equilíbrio macroeconômico. E também não deve haver um avanço muito consistente nas chamadas pautas de costume, devido às particularidades regionais representadas pelos 513 deputados.

Apresentação – Marcio Achilles Sardi 

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