Rádio Câmara

Uma revelação, em sala de aula, da existência de tijolos marcados com a suástica, descortinou uma triste face da sociedade brasileira: uma fazenda no interior de São Paulo que manteve 50 crianças em regime de trabalho pesado por quase 10 anos, entre 1920 e 1930. A história é o tema central do documentário “Menino 23: infâncias perdidas no Brasil”, em cartaz em seis capitais brasileiras. Dirigido por Belisário França, e baseado na dissertação de doutorado de Sidney Aguilar Filho, o filme ouve dois desses meninos e refaz a trajetória deles, desde a saída do orfanato no Rio de Janeiro.

Segue até 31 de julho, o 47º Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão. Neste ano, o violoncelo é o instrumento principal, sendo destaque de 18, das 88 apresentações. A programação se divide entre a cidade serrana e a Sala São Paulo, na capital paulista.

A Agenda Cultural desta semana aborda, ainda, o corajoso livro “Sem Causar Mal — Histórias de Vida, Morte e Neurocirurgia”, no qual o neurocirurgião inglês Henry Marsh faz um relato forte e brutalmente honesto que destrói qualquer noção que considere a neurocirurgia um ofício sofisticado praticado por médicos frios. Felicidade ardente em operar, triunfos comoventes, desastres devastadores, arrependimentos amargos e momentos de humor negro estão nas linhas de Marsh, que esteve no Brasil há pouco, no final de junho, na 14ª Feira Literária Internacional de Paraty.