Com a Palavra
Momento O eco: macacos bugios são reintroduzidos no Parque Nacional da Tijuca
14/09/2015 - 12h03
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Momento O eco: macacos bugios são reintroduzidos no Parque Nacional da Tijuca
Há uma semana, o Parque Nacional da Tijuca virou a casa de quatro macacos bugios que antes viviam em cativeiros. A mudança de endereço para o parque faz parte de um programa de reintrodução dessa espécie. Para acomodar os novos habitantes foi instalado um viveiro, que permite a adaptação gradual do grupo.
Bugios vivem em bandos de 3 a 12 membros, sendo comandados por um macho dominante. A adaptação, em bando, de animais que viviam isolados é uma etapa importante da volta à vida selvagem.
Dos quatro animais, dois já exploram ambientes do entorno, enquanto os outros dois ainda preferem ficar próximos ao viveiro. A boa notícia é que o grupo ainda se mantem coeso. Outros grupos devem se juntar a esses pioneiros para estabelecer uma população viável de bugios no parque a longo prazo.
Na história da área que veio a se tornar o Parque Nacional da Tijuca, o bugio foi uma das muitas espécies extintas, devido à caça predatória e à destruição de habitats, como durante o período do século XIX em que a região foi ocupada por plantações de café.
Os bugios são a segunda espécie a ser reintroduzida, após as cutias, que chegaram em 2009. Segundo o biólogo Fernando Fernandez, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, esse processo, chamado de refaunação, recuperará aspectos ecológicos perdidos no ecossistema do Parque Nacional da Tijuca – especialmente a dispersão de sementes das grandes árvores que tanto as cutias como os macacos bugios promovem. E essa dispersão de sementes mantém a diversidade da floresta.
O programa de refaunação do Parque Nacional da Tijuca está sendo realizado por uma equipe composta por pesquisadores de várias instituições, especialmente a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Universidade Rural do Rio de Janeiro e a equipe técnica do próprio parque.
Apresentação – Eduardo Pergurier